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Documentário faz retrato íntimo da luta de povos originários de Roraima

Filme acompanha guardiã de sementes Kelliane Wapichana, que percorre a região em defesa do território e da autonomia alimentar de indígenas

Por Portal Eu, Rio! em 02/12/2024 às 14:16:41

Fotos: Divulgação

Filme de estreia da diretora Adriana Miranda, "Eu Sou Neta dos Antigos" (75min, 2024), será exibido no Rio de Janeiro, na Aldeia Marakanã, em evento que acontece nesta terça-feira (03), a partir das 8 horas, com extensa programação, que abrange: Capacitação da equipe da Aldeia Maracanã pelo Laboratório de Diversidade da Uerj; Oficina de Capacitação para Acessibilidade no Audiovisual; Oficina de pintura corporal com a artista visual Tapixi Guajajara; Palestra da educadora e neurocientista, TSara Kokama, "O Resgate da Ancestralidade"; e, exibição do documentário às 19 horas. As sessões são abertas ao público.

"Eu Sou Neta dos Antigos", que está na Mostra Indígena do Facine - Festival de Cinema Ambiental da Chapada Diamantina 2024, teve sua estreia na Première Brasil do Festival do Rio - 26º Festival Int'l Film Festival na seleção especial da Mostra O Estado das Coisas, acompanha Kelliane Wapichana, Guardiã de Sementes Nativas, Tuxaua geral do movimento de mulheres indígena de Roraima/CIR, em viagem que percorre terras ancestrais para promover a autonomia e a segurança alimentar de povos originários, além de contribuir para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A travessia apresentada no documentário, que cruza a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, busca pela preservação de sementes nativas.

“As sementes carregam em si a essência da identidade indígena, que não pode ser perdida. Carregam a história do seu povo, sua herança de vida, luta e conquistas.” (Kelliane Wapichana)

O road movie costura registros que convidam à reflexão com trechos de denúncias sobre violências praticadas na região e, ainda, a sabedoria ancestral em comunhão com paisagens únicas. Enquanto Kelli nos conduz por terras indígenas de Roraima, entre feiras de sementes e plantações, compreendemos também a preservação de sua essência, do que significa ser indígena.

“Busquei destacar o protagonismo indígena na preservação ambiental. Sem essa preservação, não há futuro sustentável e habitável para o nosso planeta. Kelliane Wapichana exemplifica essa prática em sua essência, ao difundir o uso da agroecologia e contribuir para a restauração da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas.” reflete a diretora Adriana Miranda.

A travessia do filme cruza a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, um vasto território homologado de aproximadamente 1,7 milhão de hectares, considerado uma das regiões mais belas do país. Seu relevo diversificado reúne montanhas, florestas tropicais, savanas amazônicas, rios, lagos e cachoeiras – um cenário de grande beleza e biodiversidade.


Partindo de Boa Vista/RR, o filme segue com Kelliane por mais de 10 horas de viagem, parando nas comunidades Raimundão, Barro, Willimon e Água Fria, até chegar à isolada Pedra Preta, o destino final. Na caminhada, encontros com lideranças locais, como Cacilda da Silva, Pajé Mariana Tobias, Lucia Abelardo e Marileia Macuxi. Com rituais de proteção, troca sementes e saberes, a Guardiã faz participa de celebrações pela colheita, mas também houve relatos pungentes de violências e enfrenta o risco de embates com garimpeiros ou organizações indígenas pró-garimpo. Uma jornada cravejada de perigos e lutas, mas que vislumbra a esperança da preservação de um modo de vida ancestral.

“Eu Sou Neta dos Antigos busca ampliar a consciência agroecológica, principalmente em relação às sementes nativas, verdadeiras guardiãs do futuro na Terra. Elas garantem também a produção de alimentos diversificados e saudáveis, fortalecendo a agricultura familiar e a autonomia das comunidades. Representam a melhor aposta para uma boa qualidade de vida”, declara Adriana Miranda, que acompanhou Kelliane Wapichana pela região.

Sinopse:

Percorrendo as terras dos netos de Makunaimi, o filme acompanha Kelliane Wapichana em uma jornada para a preservação de sementes nativas. Seu trabalho é fundamental para a promoção da autonomia, segurança alimentar e resiliência climática. Ao longo do percurso, as paisagens revelam o cotidiano de sangue, resiliência e luta de seus parentes, assim como a magia e a renovação da esperança, enquanto testemunhamos saberes de sustentabilidade e fé.

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