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Senado tem até meia-noite para votar 100% de capital estrangeiro nas aéreas e evitar queda

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) lamenta que casa receba as medidas provisórias sempre ao final da tramitação, prejudicando o debate mais aprofundado

Por Cezar Faccioli em 22/05/2019 às 17:08:01

Foto: Marcos Brandão/ Senado/ Divulgação

A Medida Provisória 863/2018, que autoriza a participação de até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras, deve ser votada em Plenário nesta quarta-feira (22), dia em que perde sua validade. A informação foi dada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em entrevista coletiva na manhã de quarta. Aprovado na Câmara na noite da terça(21), o texto expira se não for votado a tempo pelo Congresso. Davi disse que vários senadores, inclusive da oposição, se manifestaram favoráveis à medida. Mas lamentou, no entanto, que o Senado sempre receba as MPs com pouco tempo para discussão.

"O Senado da República sai prejudicado porque, praticamente, se consome todo o tempo de tramitação na Câmara dos Deputados. Claro que haverá a discussão da matéria, e os senadores vão se manifestar, mas 24 horas para votarmos uma medida provisória é uma injustiça, já que não nos dá a oportunidade de debater uma medida tão importante", afirmou.

O presidente da casa revisora informou que a proposta do relator da comissão especial da MP 863/2018, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), determinando que as empresas operem pelo menos 5% de seus voos em rotas regionais, será incluída em outro projeto, que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

"Naturalmente, a Câmara dos Deputados fez uma alteração no texto, e o senador Roberto Rocha está conversando com os parlamentares e vendo até que ponto essa alteração pode prejudicar seu relatório. Isso vai se travar no debate no Plenário do Senado Federal, logo mais (tarde e noite de quarta, 22)".

Eleito para comando do Senado com apoio do Planalto, Alcolumbre reclama da reedição de decretos, como o que liberou porte de armas

O presidente do Senado também criticou o governo por reeditar decretos, como o que liberou a posse de armas. Davi Alcolumbre esclareceu que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) juntou todos os projetos sobre essa matéria e que os senadores vão analisar o assunto para, só então, encaminhar relatório final ao Plenário. Davi ressaltou que a edição de um decreto cabe ao presidente da República. E que ao Congresso cabe apresentar projetos de decreto legislativo sustando partes ou a integralidade dessas medidas, de acordo com sua constitucionalidade.

"Será que não era possível ter avaliado que essas alterações não estavam conforme o que regulamenta o decreto presidencial? Então, o Senado está se debruçando sobre essa matéria, que também está sob análise no Supremo Tribunal Federal, por se tratar de uma questão jurídica", informou.

Acordos com a Câmara

Davi Alcolumbre disse aos jornalistas que visitou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nesta quarta-feira, para discutir o entendimento para votação das medidas provisórias da pauta da terça (21) e quarta (22). No entanto, segundo o presidente do Senado, requerimentos de adiamento e obstrução, apresentados por alguns deputados, resultaram na aprovação apenas da MP 863/2018.

O senador disse que foi informado por Rodrigo Maia sobre decisão do governo de adiar a discussão da MP 866/2018, que cria a NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea S.A., e colocar em votação, logo em seguida, a MP 870/2019, que dispõe sobre a reforma administrativa. "Fui pegar essa informação, até para ver qual ritmo vamos tratar na sessão de hoje (quarta)", concluiu.
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