78% dos trabalhadores brasileiros apresentam níveis moderados ou graves de estresse, diz estudo

A Bee Touch, referência em soluções digitais para monitoramento de saúde mental, apresenta os resultados de um mapeamento detalhado sobre riscos psicossociais no ambiente de trabalho. O levantamento abrangeu uma amostra de quase 2 mil trabalhadores brasileiros ao longo de 2024, em um momento marcado por policrises globais, rápidas transformações digitais e novas modalidades de trabalho, como o teletrabalho e o modelo híbrido.

Os dados levantados pela Bee Touch indicam que 78% dos trabalhadores apresentam níveis moderados ou graves de estresse, enquanto 58% relatam sintomas depressivos relevantes. Tais indicadores não só refletem o impacto do ambiente organizacional, mas também o efeito cumulativo de múltiplas demandas na vida pessoal e profissional.

Os resultados reforçam a importância de construir ambientes de trabalho saudáveis e resilientes, alinhados às melhores práLcas internacionais (ISO 45003) e às exigências legais brasileiras, como o PGR da NR-1.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a depressão e a ansiedade já afetam mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo as principais causas de incapacidade laboral. Globalmente, estima-se que o impacto econômico relacionado à perda de produtividade atinja US$ 1 trilhão anualmente. No Brasil, a situação é crítica: em 2023, os transtornos mentais representaram a segunda maior causa de afastamento do trabalho, segundo a Previdência Social.

A transformação digital e a hiperconectividade emergem como riscos novos e amplamente negligenciados. Um estudo da Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho aponta que o uso excessivo de tecnologia está diretamente ligado a sintomas de estresse, burnout e distúrbios do sono, fatores que comprometem a saúde mental e a produtividade. O levantamento da Bee Touch reforça esse alerta, identificando que 66% dos trabalhadores relatam dependência moderada ou alta de internet, resultando em maior ansiedade, cansaço mental e dificuldade para desconectar.

“Estamos vivenciando um momento em que as crises se sobrepõem: desafio econômicos, intensificação das demandas de trabalho, adaptação ao teletrabalho e o uso excessivo de tecnologia têm gerado novas pressões. É essencial que as organizações atuem para mitigar esses riscos e promover ambientes mais equilibrados”, explica Ana Carolina Peuker, CEO da Bee Touch.

O levantamento também revelou:

• 6% dos trabalhadores apresentaram indicativos de risco de suicídio,

destacando a urgência de políticas de suporte emocional e programas de prevenção;

• 42% relataram baixa autonomia, ou seja, falta de controle sobre a forma e o ritmo do trabalho, um dos fatores mais associados a altos níveis de estresse e exaustão;

• 47% expressaram insatisfação com remuneração, reconhecimento e perspectivas de crescimento, fatores críticos que impactam a motivação e o engajamento;

• 34% identificaram sobrecarga de trabalho e exigência emocional elevada, especialmente em setores de atendimento ao cliente e serviços.

Análises preditivas indicaram que altas demandas emocionais no trabalho e baixa autonomia têm forte impacto na saúde mental. A combinação desses fatores está associada a aumentos expressivos nos níveis de estresse e sintomas depressivos.

Por outro lado, intervenções que incluem melhoria na comunicação interna, suporte das lideranças e políticas de equilíbrio entre vida profissional e pessoal mostraram-se fatores protetivos, reduzindo significativamente os índices de sofrimento mental.

A hiperconectividade, um risco emergente, é um dos destaques do relatório. O uso contínuo de dispositivos digitais, com jornadas estendidas e notificações constantes, tem aumentado a sensação de exaustão e ansiedade. Pesquisas globais mostram que políticas de desconexão digital, já adotadas em países como França e Japão, têm resultado em melhora no bem-estar e aumento da produtividade.

Medidas que as empresas podem adotar para promover ambientes saudáveis

Os resultados reforçam a necessidade urgente de ações coordenadas que promovam ambientes de trabalho saudáveis, especialmente em um contexto de transformação organizacional. Entre as principais recomendações, destacam-se:

• Implementação de programas de suporte psicológico e treinamento em

Primeiros Socorros Psicológicos;

• Criação de políticas de desconexão para mitigar os impactos da hiperconectividade;

• Revisão de processos organizacionais voltados para clareza de papéis e valorização dos trabalhadores;

• Capacitação das lideranças em habilidades de comunicação, apoio emocional e gestão de equipes em ambientes híbridos.

A Bee Touch reforça que o mapeamento contínuo dos riscos psicossociais não é apenas uma exigência legal, mas uma ferramenta estratégica para o sucesso organizacional. Suas ferramentas permitem decisões baseadas em dados e orientadas para resultados, alinhando saúde mental, produtividade e sustentabilidade empresarial.

“Gerir riscos psicossociais e promover ambientes mais saudáveis não é um custo, é um investimento. Para cada dólar investido em saúde mental, há um retorno estimado de quatro dólares em produtividade, redução do absenteísmo e retenção de talentos,” conclui Sibele Faller, psicóloga fundadora e COO da Bee Touch.