O diretor jurídico da gigante chinesa das telecomunicações, Song Liuping, acusou Washington de estabelecer um "precedente perigoso" e disse que "não há arma, não há fumaça, apenas especulação" por trás da alegação de que a Huawei representa um risco à segurança.
A empresa foi colocada no começo deste mês em uma lista negra que proíbe empresas norte-americanas de fazer negócios com ela, em um movimento que imediatamente levou à interrupção do setor de tecnologia.
A Huawei é a maior fabricante global de equipamentos de rede, mas agora está lutando para manter o acesso aos principais mercados à medida que implementa a tecnologia 5G de próxima geração.
Song disse que a decisão de colocá-lo em uma lista negra "ameaça prejudicar nossos clientes em mais de 170 países, incluindo mais de três bilhões de clientes que usam produtos e serviços da Huawei em todo o mundo".
Song disse a repórteres na sede da Huawei, em Shenzhen, China, que a "campanha sancionada pelo Estado" contra a empresa não melhoraria a segurança cibernética.
“Os políticos nos EUA estão usando a força de uma nação inteira contra uma empresa privada. Isso não é normal", disse Song, acusando os Estados Unidos de estabelecerem um “precedente perigoso”, acrescentou: "Hoje são as telecomunicações e a Huawei. Amanhã pode ser sua indústria, sua empresa, seus consumidores".
A lista negra da Huawei na América tem um grande impacto porque a empresa depende muito de componentes dos EUA, incluindo chips de computador, e cerca de um terço de seus fornecedores são americanos.
As sanções já afetaram sua parceria com o Google - que disse que continuará apoiando os smartphones Huawei existentes, mas que os aparelhos futuros não terão seus principais aplicativos e serviços, incluindo mapas, Gmail e seu mecanismo de busca.
As restrições vêm em um momento em que os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma amarga disputa comercial, na qual ambos os lados aumentaram as tarifas sobre bilhões de dólares em mercadorias.
O centro da disputa é a alegação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a China rouba tecnologia de empresas estrangeiras e subsidia injustamente os negócios dos chineses.