É comum encontrar pessoas na rua, quando só as conhecemos virtualmente, e levarmos um “susto” por ela ser totalmente diferente do que aparenta nas redes sociais. Logicamente, que tem dias que um filtro discreto pode ajudar, em especial após uma semana de trabalho intensa ou uma noite mal dormida.
Em setembro de 2024, a Meta, gigante da tecnologia à frente do Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou o fim de sua plataforma de criação de filtros e realidade aumentada, a Meta Spark. A medida foi implementada em Janeiro de 2025, e agora apenas os efeitos criados pela própria empresa permanecem disponíveis nas plataformas.
A Meta afirmou que a decisão visa priorizar investimentos em inteligência artificial e dispositivos de realidade aumentada, alinhados às demandas futuras dos consumidores. Para muitos, a ausência desses filtros pode ser um incentivo à valorização da beleza natural.
São tantos recursos tecnológicos, em termos de edição de imagem, que ao vivo o indivíduo fica irreconhecível em muitos casos. São filtros de imagem que podem proporcionar modificações faciais, como no nariz, pele lisinha ou maxilar definido, por exemplo.
E dentro deste cenário, muitos indivíduos recorrem a profissionais como dermatologistas, a fim de conquistar um rosto semelhante aos filtros, mas que descaracterizam completamente seus traços originais.
Para falar do assunto a dermatologista Priscilla Sarlos, da clínica Les Peaux.
Portal Eu, Rio! - Qual sua opinião com o fim de filtros do Instagram criados por usuários e empresas, medida adotada pela Meta, gigante da tecnologia à frente do Instagram, Facebook e Whatsapp?
Priscilla Sarlos - Acredito que o momento atual é de valorização do real, do natural. A busca pela pele perfeita é uma meta inatingível. Nesse contexto, a não aceitação do real acaba trazendo diversos transtornos psicológicos, sobretudo para a geração Z, que são os mais influenciados pelas redes sociais.
Portal Eu, Rio! – Em consultório, existem pacientes que relatam não conseguirem conviver com suas aparências reais, sem uso de filtro nas redes sociais, e que desejam traços semelhantes ao que os filtros proporcionam?
Priscilla Sarlos - Não conseguir ficar sem o filtro tem sido cada vez mais raro. O que acontece, com frequência, é o paciente desejar alguma característica semelhante ao filtro. Geralmente, é uma sobrancelha mais arqueada, o nariz com a ponta mais elevada, o malar (bochecha) mais projetado ou a pele mais uniforme. Identificar o que o paciente gosta, no filtro, inclusive pode ser uma ótima estratégia para organizar o plano de tratamento. Obviamente, respeitando a individualidade de cada um.
Portal Eu, Rio! – Neste cenário, na busca de traços completamente diferentes da realidade das pessoas, qual o papel do dermatologista ao direcionar quais procedimentos podem ajudar a devolver a autoestima do paciente, mas sem que ele perca sua identidade?
Priscilla Sarlos - O primeiro passo é descartar um transtorno dismórfico. Depois, podemos identificar quais são os pontos de atratividade da face que podem ser realçados. Os principais pontos de atratividade da face são olhar, malar (bochechas), nariz, lábios e queixo. Por último, observamos a qualidade da pele, a cor e a textura.
Portal Eu, Rio! – Quais procedimentos feitos em consultório, minimamente invasivos, atendem as principais queixas aos pacientes quanto à aparência, mas que podem entregar um resultado natural?
Priscilla Sarlos - Os procedimentos injetáveis como toxina botulínica e ácido hialurônico são ótimos para realçar pontos de atratividade da face e corrigir pequenas imperfeições. Os bioestimuladores de colágeno, associados a algumas tecnologias, são excelentes para cuidar da qualidade da pele dando firmeza, melhorando a cor e a textura.