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Escritores se reúnem na Biblioteca Estadual para discutirem o momento da literatura no Estado

Por Alexandra Silva em 29/05/2019 às 22:09:19

Foto: Divulgação

Escritores, livreiros e produtores culturais da área da literatura estiveram em um encontro, na ultima terça-feira (28), no auditório da Biblioteca-Parque Estadual com representantes da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio, (SECEC-RJ) para discutirem as novas perspectivas e ações da literatura no atual cenário do mercado editorial e os próximos eventos literários no âmbito do Estado. No encontro participaram o assessor da Secretária de Cultura e Economia Criativa, Rodrigo Gimenez, o Superintendente de Leitura e Conhecimento; Pedro Gerolimich; a Superintendente da Lei de Incentivo, Conceição Diniz; entre outros convidados.

“É fundamental que a cadeia produtiva participe do debate para pensar em alternativas e saídas para a crise do mercado editorial. Precisamos fortalecer os espaços públicos de democratização à leitura e pensar em soluções dentro da economia criativa, para que os escritores e toda a população consigam ter acesso a conteúdos e atividades de qualidade”, ressaltou Pedro Gerolimich.

Durante o evento foi discutido o papel da literatura como fomento cultural; o papel dos escritores: como fazedores e promotores cultuais; suas demandas e, sobretudo, a inclusão desses atores culturais nos de espaços como a Festa Literária Internacional de Paraty – Flip e Bienal do Livro para a divulgação e venda de livros dentro desses grandes eventos.

Ao longo do encontro alguns escritores contaram suas experiências no mercado editorial e as dificuldades em atrair o interesse de patrocinadores, principalmente em nichos específicos de interesse, como contou a escritora Pituka Nirobe. Segundo Pituka, que escreve livros com temática africana e indígena. Os agentes de marketing de empresas e até mesmo editoras, alegam que os temas abordados nos seus livros, não geram interesse do público.

Em outro momento, a publicitária e escritora Mariana Balbino, que vende livro pela internet, demandou que a SECEC-RJ crie mecanismos para a inclusão de escritores iniciantes e independentes em eventos de literatura, para divulgação e venda de seus livros.

“Hoje em dia, as pessoas não compram livros de pessoas que não são famosas, tipo: youtubers ou digitais influencers. Podemos nos organizar para vender nossas obras e o governo poderia nos ajudar, cedendo espaços dentro das feiras para que a gente participe, porque para participar desses eventos é muito caro pagar por espaços de exposição e venda”, contou Mariana.

Por mais políticas públicas

Durante o encontro foi constatado que o mercado patrocinador investe prioritariamente em autores consagrados que geram retorno para as empresas e que os escritores e produtores culturais têm dificuldade em acessar os setores de marketing de grandes empresas e os produtores culturais relataram a necessidade de meios que facilitem o acesso aos recursos.

“Nosso grande desafio é fazer com que o livro, que infelizmente ainda é um instrumento das classes mais altas, faça parte do cotidiano das pessoas. A ideia é que seja um hábito, como escovar os dentes. Que a pessoa tenha o costume de ler, de carregar um livro dentro da mochila”, falou Pedro Gerolimich.   

Dentro desta perspectiva de incentivos e implementação de políticas públicas, através da Superintendência da Lei de Incentivo, a SECEC divulgou que está em aberto uma linha de captação através da lei 8.266/18 de incentivo a cultura, que visa à captação de recursos junto às empresas contribuintes do ICMS, cadastradas no estado. Essa medida visa facilitar e simplificar a arrecadação por produtores que podem trabalhar nas políticas de acesso a leitura, na gestão e implementação de bibliotecas, na publicação e venda de livros, entre outros.

Futuro

A expectativa é que outros encontros sejam realizados para o fortalecimento das diversas vertentes que envolvem a literatura e o mercado do livro. Com o avanço dos planos estaduais e municipais de leitura, como incentivos fiscais, a esperança é que os agentes envolvidos possam ampliar a realização das feiras literárias em todo estado; que as novas cenas literárias, especialmente, a literatura de periferia, os saraus e slans possam ter espaços nas grandes festas da literatura.

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