Integrante de milícia de São Gonçalo arrecadava propina para PMs

Objetivo era não reprimir o tráfico de drogas no município

Por Mario Hugo Monken em 30/05/2019 às 18:20:55

Gago é integrante da milícia que age no bairro de Jardim Catarina, em São Gonçalo.. Foto: Reprodução

Milicianos faziam parte do esquema de pagamento de propinas a policiais militares do 7º Batalhão (São Gonçalo) para não reprimir o tráfico de drogas. O esquema foi descoberto em 2017 durante a Operação Calabar que resultou na prisão de dezenas de policiais militares.

Integrante da milícia que atua no Jardim Catarina, Michel Monteiro de Oliveira, o Gago, era um dos arrecadadores de propinas a serem passadas aos policiais na época. Chegou a ser preso, mas foi solto.

O Portal Procurados do Disque Denúncia divulgou cartaz oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem prestar informações que ajudem na captura de Gago.

A milícia do Jardim Catarina existe pelo menos desde 2014 e explorava o transporte alternativo no bairro de Santa Izabel. A Polícia Civil identificou na época 24 pessoas que teriam envolvimento com o grupo. Entre elas, constam policiais militares, comerciantes, agiotas e seguranças do comércio.

Segundo a Justiça, entre julho de 2014 até o mês de fevereiro de 2016, tendo como base diversos locais da cidade de São Gonçalo, Michel se associou a outros suspeitos e integrou organização criminosa que tinha como objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de natureza financeira mediante prática de infrações penais.

Foi cogitado que Gago tivesse sido morto por queima de arquivo, mas a informação não foi confirmada.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro esclarece que a Corregedoria da Corporação apoia integralmente a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado, dando suporte ao trabalho de investigação que indique envolvimento de policiais militares com milícias ou qualquer outro desvio de conduta.

Vale ressaltar que a Corregedoria da Polícia Militar disponibiliza canais para receber denúncias de ações ilícitas envolvendo policiais militares, garantindo o anonimato do denunciante. As denúncias podem ser encaminhadas pelo WhatsApp através do número (21) 97598-4593; pelo telefone (21) 2725-9098 ou ainda pelo e-mail [email protected].