De acordo com dados do Ministério da Saúde, 50% da população brasileira reclama de má qualidade do sono e 30% da população adulta sofre de apneia do sono, um distúrbio, potencialmente sério, quando uma pessoa deixa de respirar, por alguns segundos, no decorrer da noite.
Muitos desconhecem ter o problema, que pode se tornar sério e que, portanto, não deve ser negligenciado. Segundo o Dr. Sylvio Vivone, especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, quem sofre de apneia tem a sensação de não ter um sono reparador. “Acordam cansadas e costumam ter dor de cabeça pela manhã, baixo rendimento, boca seca, perda de concentração e memória, se irritam facilmente, além de sentirem mais sono, ao longo do dia” explica.
“O ronco é um sinal habitual das pessoas que sofrem desse distúrbio mas, nem todo mundo que ronca tem apneia”, diz o especialista.
Diagnóstico de apneia
O distúrbio é identificado por meio da polissonografia, exame que registra o fluxo aéreo nasal e oral, o esforço respiratório, a saturação de oxigênio, entre outros. A SAOS (síndrome apneia obstrutiva do sono), que pode ser tratada com algumas mudanças de hábitos do paciente, como a perda de peso, alimentação e prática de exercícios físicos, também pode ser resolvida com cirurgia ortognática, em casos onde a diminuição de espaço para passagem de ar é causada por uma deformidade dento facial, na qual o paciente apresenta retrognatismo.(quando a mandíbula está atrás em relação à maxila, e esteticamente deixa o paciente com a impressão de possuir queixo menor).
A apneia durante o sono pode reduzir drasticamente o nível de oxigênio no sangue ocasionando acidentes vasculares cerebrais, sendo desta forma que, o cérebro reconhece a mensagem de que algo está errado.
O perigo aumenta em pessoas com sobrepeso significativo e nos casos mais graves, aumenta a possibilidade do paciente desenvolver doenças potencialmente fatais como hipertensão arterial, - cerca de 40% dos pacientes com apneia sofrem com cardiopatias como angina de peito e infartos.
De acordo com o Dr. Sylvio Vivone. “O problema pode ser resolvido, com alterações de hábitos diários e, nos casos mais graves, com cirurgia quando o formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.
“A chamada cirurgia ortognática, só é recomendada quando não existe adaptação ao uso dos aparelhos (intraorais, CPAP ou BI-PAP) ou quando há deformidade dentofacial´´, explica o Dr.Sylvio Vivone.
A cirurgia é feita com anestesia geral, e a correção cirúrgica é realizada na mandíbula, no maxila ou nos dois, conforme o paciente. Ao corrigir a posição dos ossos os dentes são alinhados. Os cortes são realizados internamente, pela gengiva, sem deixar cicatrizes visíveis.
“Além dos benefícios estéticos, garante não só uma melhora das funções respiratória e articular, como um rosto mais harmonioso”, diz o especialista.