Na última terça-feira (11), a Defesa Civil de Maricá controlou um incêndio que atingiu uma grande área de mata no bairro do Caxito. O fogo, que começou na madrugada, se alastrou ao longo do dia, causando densa fumaça que afetou moradores da região e bairros próximos. As equipes usaram abafadores para conter as chamas e estabilizar a situação após algumas horas.
Maricá está entre os dez municípios do Rio de Janeiro com maior incidência de incêndios florestais em 2024, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Para combater o problema, a Secretaria de Meio Ambiente atua em conjunto com o Grupamento Especial de Defesa Ambiental da Guarda Municipal (Gedam). A cidade possui 63% de seu território sob proteção de unidades de conservação, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) das Serras de Maricá, criada em 2021.
Felipe Zeidan, gestor da APA, destacou a importância de conscientizar a população sobre práticas danosas, como o descarte irregular de lixo e queimadas, que historicamente contribuem para incêndios florestais. O ambientalista Sérgio Ricardo Potiguara, do Movimento Baía Viva, alertou sobre o despejo irregular de resíduos na Restinga de Maricá, uma área de 969 hectares sob gestão do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).
O Baía Viva, em parceria com a Aldeia Mata Verde Bonita, obteve apoio do Fundo Casa Socioambiental para formar a Primeira Brigada Indígena do Estado do Rio de Janeiro. O curso de formação ocorrerá na próxima segunda-feira (17), na aldeia Ka’Aguy Hovy Porã, em Maricá, com a presença do Prevfogo, órgão federal responsável por prevenção e combate a incêndios florestais.
A Prefeitura de Maricá informou que a Guarda Municipal, vinculada à Secretaria de Segurança Cidadã, e a secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, promovem constantemente capacitação focada em preservação em defesa ambiental. As aulas têm o objetivo de formar os agentes para atuar na prevenção e combate a incêndios florestais.
De acordo com a Prefeitura, no último curso ministrado pela Gerência de Guarda de Parques do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em parceria com o Centro de Estudos da Guarda Municipal de Maricá, foram abordados temas como técnicas de prevenção e combate à incêndios florestais; atendimento pré-hospitalar; legislação ambiental aplicada; equipamentos operacionais (individual e coletivo) e simulação operacional.
Segundo dados da Secretaria de Proteção e Defesa Civil do município, Maricá registrou sete incêndios em vegetação rasteira no mês de janeiro e 27 em fevereiro deste ano. Buscando minimizar os danos, a Defesa Civil realiza ações educativas nas comunidades e por meio de campanhas e alertas pelos canais oficiais de comunicação.
O município investiu também em equipamentos para acompanhar as queimadas ocasionadas pelas mudanças climáticas; e realizou a contratação de especialistas, como geotécnicos, geólogos e hidrólogos.
Com o trabalho de meteorologia, o órgão acompanha as condições do tempo, as mudanças bruscas de temperatura, as precipitações pluviométricas, os períodos grandes de estiagem (sem chuva) e a umidade relativa do ar que, abaixo de 30%, também é um fator que contribui para as queimadas.
Há dez anos, o Maricá+Verde, iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, realiza campanhas de doação de mudas, percorrendo diversos bairros do município com o objetivo de reflorestar a cidade.
Mais de 45 mil mudas já foram distribuídas, além do cultivo de mais de 80 mil plantas em ações de reflorestamento, realizadas próximas a rios e áreas de proteção ambiental. As ações estimulam a conscientização ambiental e reforçam o compromisso do município em proteger os recursos naturais.