Joelino Granja dos Santos precisa de transferência urgente. Foto: Arquivo Pessoal
Um drama humano desenrola-se no Hospital Municipal Albert Schweitzer, na Zona Oeste do Rio, onde Joelino Granja dos Santos, de 54 anos, enfrenta uma leucemia aguda sem acesso a tratamento especializado. Apesar de uma liminar judicial determinando sua transferência imediata para uma unidade com hematologia, o paciente permanece internado em uma instituição que não possui estrutura para atendê-lo.
A família de Joelino, representada pela Defensoria Pública Geral do Estado do Rio de Janeiro (DPGE), protocolou uma ação no Juizado Especial da Fazenda Pública (processo nº 0828846-15.2025.8.19.0001) para garantir sua transferência. Em decisão retificada recentemente, o juiz determinou que o município o encaminhe, via UTI móvel, a um hospital com enfermaria e especialidade em hematologia, sob pena de multas.
"A liminar é clara: há necessidade de um local com condições para tratar a leucemia. O Albert Schweitzer não tem isso e ele precisa urgentemente ser transferido para um hospital federal. É uma situação absurda", afirma o genro de Joelino, Nícolas da Costa Leite.
POR QUE A TRANSFERÊNCIA É URGENTE?
A leucemia aguda é uma doença hematológica que exige tratamento contínuo e especializado, incluindo quimioterapia, transfusões de sangue e monitoramento rigoroso. Sem acesso a um setor de hematologia, o paciente corre risco de complicações irreversíveis, como infecções graves ou falência de órgãos.
"Ele está em estado gravíssimo. Cada dia sem tratamento adequado é uma ameaça à sua vida", desabafa Raquel Pereira Torres, filha de Joelino.
O QUE A FAMÍLIA JÁ FEZ E O QUE FALTA
A Defensoria Pública já apresentou laudos médicos que comprovam a urgência do caso, mas o Município não cumpriu a decisão judicial.
Para pressionar o cumprimento da liminar, a família pode:
1. Solicitar ao juiz a expedição de mandado de busca e apreensão para garantir a transferência.
2. Encaminhar o caso ao Ministério Público para investigar o descumprimento da decisão.
3. Buscar apoio do Conasems (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) para intervenção federal.
COMO A SOCIEDADE PODE AJUDAR
A família pede visibilidade para pressionar autoridades. "Compartilhem o caso nas redes sociais, usem as hashtags #SalvemJoelino e #DireitoÀSaúde. Cada voz conta!", apela Nícolas.
Doações para transporte privado também são uma alternativa emergencial, caso a transferência oficial não saia. "Se o município não agir, precisaremos de recursos para contratar uma UTI móvel particular", explicam os familiares.
BASE LEGAL E PRECEDENTES
A decisão judicial reforça o Art. 196 da Constituição (direito à saúde) e o Art. 7º do Estatuto do Paciente (direito a tratamento adequado). O CNJ também orienta a priorização de casos de risco de morte em demandas de saúde.
"Não podemos perder mais tempo. Cada dia sem tratamento adequado é uma ameaça à vida dele", conclui Raquel.