TOPO - PRINCIPAL DOE SANGUE - 1190X148

Policiais federais do Rio são suspeitos de receberem propinas

Operação Tergiversação tenta desarticular a organização criminosa em atuação na Superintendência da PF

Por Mario Hugo Monken em 11/06/2019 às 19:12:21

Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram a Operação Tergiversação. Foto: Agência Brasil

Nesta terça-feira (11), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram a Operação Tergiversação, com o objetivo de desarticular a organização criminosa em atuação na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, dedicada à obtenção de vantagens indevidas por parte de delegado de Polícia Federal, escrivão de Polícia Federal e demais agentes criminosos.

Foram expedidos seis mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão, por determinação da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

As investigações desenvolvidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal revelaram esquema de cobrança de propina dos investigados e potenciais investigados nos inquéritos policiais relacionados às Operações Titanium (fraudes envolvendo o Plano de Saúde dos Correios) e Viupostalis/Recomeço (fraudes envolvendo o Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios), que eram conduzidas pelo delegado de Polícia Federal Lorenzo Pompílio da Hora, com o apoio do escrivão Éverton da Costa Ribeiro, lotados à época no Núcleo de Repressão a Crimes Postais da Delepat/RJ.

As apurações apontaram que Lorenzo Pompílio da Hora e Éverton da Costa Ribeiro solicitaram e receberam vultuosos valores de vantagens indevidas para evitar a exposição na mídia de investigados e potenciais investigados e favorecê-los nas apurações conduzidas por eles quanto às irregularidades no Postalis e no Plano de Saúde dos Correios. Os agentes públicos contavam com a atuação dos operadores Marcelo Guimarães e Rosalino Felizardo de Santanta Neto, os principais intermediários da organização criminosa, que usavam seus contatos para se aproximar de potenciais investigados e solicitar o pagamento de vantagens indevidas, além de viabilizar o recebimento de valores de propina e as operações de lavagem de dinheiro.

Os pagamentos eram feitos em dinheiro, mas em alguns casos foram repassados por meio de transferências a empresas ligadas aos operadores Marcelo e Rosalino.

Foi identificada ainda a participação do empresário e operador João Alberto Magalhães Cordeiro Júnior e de Sancler Miranda Costa no grupo criminoso, que contou ainda com a atuação de Pedro Henrique Moreira Fernandes e de Luís Henrique do Nascimento Almeida, que movimentaram recursos em espécie em favor do grupo e atuaram como "laranja" de alguns investigados.

Os elementos obtidos com as quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e telefônico dos investigados, somados aos elementos apresentados em razão de acordo de colaboração premiada celebrado com alguns dos empresários abordados pelo grupo criminoso, comprovaram a efetiva prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Há indícios de que o esquema criminoso envolveu outros agentes públicos e que não se limitou às investigações apontadas.

POSIÇÃO 3 - DENGUE 1190X148POSIÇÃO 3 - DENGUE1190X148
Saiba como criar um Portal de Notícias Administrável com Hotfix Press.