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Ferida aberta

Ministério da Saúde prepara troca de Mais Médicos, mas admite lacuna de 4,2 mil profissionais

Programa sob ataque representa 40% do Saúde da Familia, de atenção primária e prioridade declarada do atual governo


Adesão maciça de formados no exterior, dispensados no Revalida, não evitou lacuna de 4,2 mil profissionais no Mais Médicos Foto Agência Brasil


Secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Erno Harzheim afirmou na Câmara dos Deputados que o programa Mais Médicos fere a liberdade individual dos profissionais que dele participam e que outro programa já está sendo estudado pelo órgão. Ele participou de debate promovido pelas comissões de Educação e de Seguridade Social e Família nesta quinta-feira (13), a pedido dos deputados Zeca Dirceu (PR) e Alexandre Padilha (SP), ambos do PT. Padilha foi ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff.

“O programa Mais Médicos fere a liberdade individual, ao trazer um contingente de profissionais de fora do País que não têm uma possibilidade de escolha tão clara e tão ampla e os coloca para trabalhar em alguns lugares pré-determinados pelo governo federal”, disse. Segundo ele, a criação de programa para substituir Mais Médicos está sendo debatida com parlamentares e médicos.

O secretário disse ainda que a ruptura de Cuba com o Mais Médicos em novembro do ano passado – levando mais de 8 mil médicos a deixarem o Brasil – foi “unilateral” e partiu do governo cubano. Conforme ele, hoje há 14,1 mil médicos ativos no programa, com a expectativa de mais 2.149 ocuparem vagas em julho. Com a ocupação dessas vagas, haverá, ao todo, 16,1 mil vagas do programa ocupadas e 4.139 vagas não ocupadas. Ele observou ainda que o Mais Médicos representa 40% do Programa Saúde da Família. “O foco da nossa gestão é fortalecer o Saúde da Família”, acrescentou.

Representante da Frente Nacional dos Prefeitos e secretário municipal de Saúde de Campinas, Carmino de Souza destacou que o Mais Médicos foi demanda dos prefeitos e defendeu a continuidade do programa. Ele pediu que o programa seja estendido também para municípios com mais de 80 mil habitantes que hoje estão excluídos do Mais Médicos, “apesar de terem grandes vulnerabilidades”. E acrescentou que os prefeitos cobram a recontratação dos médicos cubanos que optaram por ficar no Brasil.

Representante da Associação Médica Brasileira, Francisco Mendes defendeu a criação de uma carreira médica de Estado. Segundo ele, não faltam faculdades ou médicos formados, mas faltam condições de trabalho para o profissional. “Várias prefeituras anunciam a contratação de médico por um salário mínimo”, observou. “Com a criação da carreira médica de Estado, será criada política para interiorizar médicos. Não precisamos importar médicos, mas tratar com justiça e equidade os médicos do Brasil”, opinou. Para ele, a lei não pode ser diferente para os cubanos e para os brasileiros formados no exterior.

Agência Câmara Notícias

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