A milícia que domina as comunidades de Campinho e Morro do Fubá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, venderia drogas, contrariando a lógica dos grupos paramilitares, que costumam reprimir traficantes e usuários, segundo um relatório de um processo que tramita na Justiça sobre a quadrilha. Os líderes desta milícia são os irmãos Leonardo e Diego Luccas Pereira e policiais militares faziam parte da quadrilha.
Esses milicianos, segundo denúncias, se associaram a traficantes do Complexo de São Carlos, no Estácio, na Região Central do Rio, ligados ao Terceiro Comando Puro (TCP), para invadir as comunidades do 18, em Água Santa, e Saçu e Lemos de Brito, em Quintino, que eram controladas pela facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA). Já há denúncias de que os paramilitares estariam cobrando taxas de segurança dos moradores destas localidades e expulsando quem é ligado ao tráfico na ADA.
A confirmação de que os paramilitares vendiam entorpecentes ocorreu após várias buscas pela comunidade do Campinho feitas no ano passado onde foram arrecadados diversos carregadores para fuzil calibre 7.62, munição, drogas embaladas para venda, talões de cobrança a moradores da comunidade, fardamento policial, telefones celulares, quatro veículos roubados, entre outros .
Segundo o documento, a referida organização criminosa é apontada como responsável pelo cometimento de diversos crimes, tais como extorsão a moradores, comerciantes e demais empresários a pretexto de oferecer serviços de segurança, o comércio ilegal de armas de fogo e o tráfico de drogas. Além destes delitos, há indícios da prática de homicídios com características de ´justiçamento´ e exploração ilegal do comércio de gás e sinais clandestinos de internet e televisão.
A quadrilha também é apontada como dominante nas comunidades do Quiririm, no Valqueire, Caixa D´Água, em Quintino, Chacrinha, na Praça Seca e Jordão, na Taquara.