Presidente deposto do Egito, Mohammed Morsi, morre durante julgamento

O ex-presidente do Egito, Mohammed Morsi, deposto pelo exército em 2013 e que estava preso desde então, morreu nesta segunda-feira (17) depois de desmaiar no tribunal onde era julgado, as informações são da TV estatal egípcia, que afirma que ele ainda chegou a ser levado para o hospital com vida.

Ex-figura de destaque no partido Movimento Islâmico, Morsi estava no tribunal para uma audiência sobre acusações de espionagem. Mohammed Morsi, de 67 anos, foi derrubado após protestos em massa um ano depois de ter assumido o cargo de primeiro líder democraticamente eleito do país.

Ele permaneceu sob custódia desde então. Após a sua remoção do poder, as autoridades egípcias lançaram uma repressão aos seus apoiantes e à Irmandade Muçulmana. A audiência na capital, Cairo, foi relacionada a acusações de espionagem que emanam de contatos suspeitos com o grupo islâmico palestino Hamas, segundo a televisão estatal.

Morsi nasceu no vilarejo de El-Adwah, na província de Sharqiya, no delta do Nilo, em 1951. Ele estudou engenharia na Universidade do Cairo nos anos 1970, antes de se mudar para os Estados Unidos para concluir seu doutorado.

Foi escolhido como candidato presidencial da Irmandade Muçulmana para a eleição de 2012, depois que a escolha preferida do movimento foi forçada a sair. Depois de uma vitória apertada, ele prometeu liderar um governo "para todos os egípcios".

Morsi foi acusado de permitir que os islamitas monopolizassem o cenário político e administrassem mal a economia. A oposição pública ao seu governo cresceu e milhões de manifestantes anti-governo tomaram as ruas em todo o Egito para marcar o primeiro aniversário do dia em que ele assumiu o cargo, em 30 de junho de 2013.

Na noite de 3 de julho, o exército suspendeu a constituição e anunciou a formação de um governo interino tecnocrático antes das novas eleições presidenciais. Morsi, que denunciou o anúncio como um golpe, foi levado sob custódia pelo exército.