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Servidores do Hospital de Bonsucesso denunciam falta de insumos

Outra reclamação é a falta de novos profissionais para a unidade

Por Anderson Madeira em 10/07/2018 às 23:16:14

Pacientes espalhados pelo corredor do HFB (Foto: Cremerj)

Em uma manifestação realizada no último dia 4, na Avenida Brasil, servidores do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, denunciaram a falta de insumos, medicamentos e profissionais. Depois, apareceu uma faixa supostamente de moradores da região agradecendo o funcionamento da unidade. Porém, servidores e moradores desmentem, dizendo que a faixa não foi colocada por locais e que há setores não funcionando.

Segundo denúncia de um servidor, que preferiu não se identificar, por temer represálias, o HFB poderá parar de realizar transplante renal esta semana, por falta do medicamento timoglobulina, usado contra a rejeição do órgão transplantado. "O estoque de seis frascos só dará para ser usado no paciente internado no momento. A Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro já foi comunicada em documento que o Hospital Federal de Bonsucesso não fará mais transplantes. Lembrando que o HFB é responsável por 80% dos transplantes renais do Estado", denunciou o servidor.

De acordo com o funcionário, esse é mais um capítulo no caos que a unidade enfrenta com a falta de insumos e remédios desde que a atual direção tomou posse em março. Funcionários e pacientes vem denunciando e pedindo a exoneração imediata da atual diretora-geral Luana Camargo da Silva e o atual diretor-administrativo Paulo César de Abreu Macedo Soares. Os funcionários pedem a exoneração de outros diretores: o diretor médico Francisco Xavier Dourado Fialho de Oliveira e o coordenador assistencial Paulo Cotrim.


"Enquanto o hospital vem aparecendo na mídia por falta de insumos, a direção resolve criar mídias sociais pra fazer campanha positiva dela própria, assim como bancou a colocação de faixa em da comunidade na porta da Emergência agradecendo pelo funcionamento, sendo que a comunidade diz que não mandou fazer nenhuma faixa", relatou o funcionário.

O médico Júlio Noronha, também funcionário da unidade e delegado da Federação Nacional dos Médicos, faz coro com o colega. "O HFB está desabastecido de potes para histopatológico, coletores tanto estéreis como não estéreis. Solicitei ao almoxarifado que se esforce para conseguir empréstimo com outras unidades. Se não conseguirem, o setor de Dermatologista terá que desmarcar todos os 60 pacientes", relatou o médico.

O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) informou que na última visita realizada, em 20 de junho, constatou que o principal problema na unidade é o déficit de recursos humanos. Faltam oncologistas, pediatras, ortopedistas e, principalmente, anestesistas. Em nota, disse: "O Cremerj vêm pressionando repetidamente o Ministério da Saúde para a contratação de novos profissionais de saúde para o HFB e também para os outros hospitais federais do Rio. Além disso, as últimas informações que recebemos sobre ocentrocirúrgicoda unidade acusam a falta de: Sondas verticais, fios de sutura, luvas, grampeadores para sutura e escovas de degermação. As salas vermelha e amarela da emergência estão trancadas por falta de recursos humanos. Todos os hospitais federais ou estão com leitos reduzidos ou serviços interrompidos", denunciou a nota.

Procurada, a direção do hospital respondeu em nota:

"A recorrente carência de médicos em hospitais públicos, tema predominante nos noticiários quando o assunto é saúde, só se tornou visível no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) após a recente inauguração da nova unidade de Emergência. Problemas no orçamento e atrasos nas obras permitiram que a nova ala fosse aberta com a presença de poucos profissionais de saúde e o problema vem persistindo.Devidoà altaqualidade de atendimento, o HFB opera com sobrecarga de pacientes e a expectativa da ampliação doquadro de profissionais de saúde venha amortecer essa sobrecarga, ao mesmo tempo em que poderá permitirum aumento no volume de assistências. Só no mês de maio, o Hospital prestou 10.360 atendimentos, incluindo 3.222 cirurgias. Números aparentemente altosmas que representam apenas metade das metas estabelecidas para a Unidade. Números desse porte não seriam possíveis se a alegada falta de insumos e profissionais fosse verdade e o Hospital enxerga denúncias desse tipo como sendo de natureza política, que não trazem nenhum benefício aos pacientes.

Portanto, negamos veementemente que haja falta de medicamentos e insumos e reconhecemos que o Setor de Emergência do Hospital opera, no momento, com capacidade limitada mas a alocação de 750 novos profissionais de saúde, pelo Ministério da Saúde, deve sanar por completo esta limitação na emergência e garantir um aumento no volume de atendimentos do Hospital. As novas contratações devem estar concluídas até o final de agosto".

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