De acordo com uma investigação policial que tramita na Justiça contra traficantes do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP), o CV funcionaria como uma espécie de franquia. Ainda segundo o processo, em 2016, as facções também disputaram o controle do conjunto habitacional Cidade Alta, em Cordovil, na Zona Norte do Rio.
No sistema criminoso, os donos das bocas de fumo pagariam uma taxa mensal aos chefes da facção para formalizar o funcionamento dos pontos de vendas de drogas nas áreas dominadas pela organização criminosa..
Além disso, o dinheiro pago abasteceria a "caixinha" do CV por meio de uma contribuição dada pelos integrantes da facção. O valor serviria para a compra de armas, o financiamento de guerra e também para ajudar integrantes presos. A investigação Ainda se utilizou de interceptações telefônicas que flagraram conversas em que detentos pediam ajuda financeira a comparsas em liberdade. Desse modo, a caixinha teria sido criada nos primórdios da facção, no presídio da Ilha Grande.
Essa investigação revela que a facção utilizaria o Complexo da Maré, da Favela da Nova Holanda e do Parque União como um "quartel general" do grupo. Inclusive, os traficantes que saíram da Cidade Alta teriam pego fuzis nestes locais para tentar reaver a favela perdida. Assim como, usavam as comunidades como esconderijo, após tentativas frustradas de invasão.
Vale destacar que a apuração também revelou que, quando os traficantes do TCP assumiram o controle da Cidade Alta, determinaram a escolha do presidente da Associação de Moradores, sem nenhuma eleição ou assembleia, recebendo o apoio da entidade comunitária. As famílias que integravam o grupo rival foram expulsas e quem ficou passou a ser ajudado pela facção.