Brasil leva a melhor na Maratona do Rio

O Brasil dominou as provas masculina e feminina da Maratona do Rio neste domingo (23), quebrando um tabu de cinco anos sem vitorias tupiniquins na maior prova do país. O mineiro Giovani dos Santos venceu de ponta a ponta entre os homens e fechou a prova com o tempo de 2h18min48s, seguido por Antonio Wilson Souza Lima com 2h20min05s, Edmilson Santana (até então último brasileiro a conquistar a prova) com 2h20min47s e Antonio de Souza Dias com 2h23min0. Deixando o queniano William Kimbor somente na quarta posição com o tempo de 2h22min14s.

Aos 37 anos, essa foi a primeira vitória de Giovani em uma maratona, até então sua marca mais expressiva na distância havia sido um segundo lugar na Maratona Internacional de São Paulo em 2016. Além disso, ele coleciona entre outras conquistas, o bronze os 10.000 m nos Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011, a primeira colocação da Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro de 2016 e o hexacampeonato da Volta Internacional da Pampulha entre 2012 e 2017. Depois da prova ele ainda precisou de atendimento médico para se recuperar do esforço, que quase lhe garantiu um índice para a Maratona dos jogos olímpicos de Tóquio no ano que vem.

No feminino, onde o tabu de vitórias de uma competidora brasileira era ainda maior com Sirlene de Sousa de Pinho vencendo em 2010, Cristiane Alves da Silva levou a melhor. Com um tempo de 2h50min23s, a paulista de Santo André bateu a queniana Monica Cheruto que fez 2h51min52s. As brasileiras Roselaine Souza Ramos Benites com 2h52min49s e Conceição de Maria Carvalho de Oliveira com 2h57min03s completaram o pódio que ainda teve outra queniana, Maurine Jelagat Kipchumba, com 2h59min03 em quinto.

Desafio Cidade Maravilhosa

Entre os atletas amadores, havia ainda a possibilidade de ir além dos 42km da maratona com o Desafio Cidade Maravilhosa, que somava a prova deste domingo com os 21km da Meia Maratona disputada no sábado (mais informações mais para frente na matéria), totalizando 63km que conferia ao atleta uma terceira medalha e a satisfação de se superar em dobro, como foi o caso do funcionário público Theo Moraes.

"Participar do Desafio Cidade Maravilhosa foi incrível. Ano passado treinei forte para a Maratona do Rio e fiquei admirado com as pessoas que completavam o 'tal desafio'. Esse ano eu decidi que iria para fazer também. Novo treinador, novos treinos e objetivos pesados pela frente. Foi uma jornada muito sofrida, muitos treinos, abdiquei de alguns momentos entre amigos, festas, tudo por conta do treinamento, coisa que sempre levei muito a sério", revelou ele que mesmo tendo corrido no dia anterior, conseguiu fazer um tempo ainda melhor do que registrado na edição anterior. 3h29 este ano contra 4h05 em 2018.

Trajeto novo

Por causa do fechamento da Avenida Niemayer solicitado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o trajeto deste ano da Maratona do Rio teve que ser alterado. Ela que nos últimos anos largava na Praia do Pontal e ia até o Aterro do Flamengo, teve um percurso semelhante ao das primeiras edições realizadas nos anos 80, começando no próprio Aterro.

Largando às 5h30, os cerca de 14 mil atletas, entre profissionais e amadores, seguiram em direção a Zona Portuária passando pela Praça XV, Candelária, Túnel Rio 450 indo até um pouco depois do AquaRio. Depois o percurso voltava ao Aterro e seguia até a Praia do Leblon e voltava, passando dessa vez pelo Leme também, até fechar de vez, mais uma vez no Aterro.

Outras provas

Além dos 42km da maratona, ainda tiveram provas de 5 e 10km que reuniram cerca de 8 mil pessoas no Aterro do Flamengo. Liu Castelly com 17min34s e Maicon dos Santos Rocha com 15min06s levaram a melhor na distância menor, enquanto Adair Henrique com 33min26s e Solange Mariano com 38min16s foram os vencedores na maior. Ambas tiveram largada por volta das 8h

Antes disso no sábado, teve ainda a Meia Maratona do Rio que reuniu cerca de 17 mil atletas que largaram 6h30 do Posto 12 no Leblon até o Aterro do Flamengo, dando antes uma volta na Praça XV para completar os 21km. Ao contrário dos 42km, dessa vez a supremacia foi queniana. Em ambas as categorias um representante do país africano levou a melhor, seguido por outro quatro brasileiros. No masculino Stanley Koech venceu com o tempo de 1h04min38s, ele superou quatro atletas brasileiros, sendo que Gilmar Lopes ficou atrás por apenas 5 segundos com 1h04min43s. Em seguida Robson Pereira de Lima com 1h06min28s, Wellington Bezerra da Silva com 1h06min48s e Glenison Gilbert de Carvalho com 1h07min06s fecharam o pódio.

No feminino, Nancy Jesang com 1h15min40s fez a sua estreia em provas de 21km em grande estilo. Rejane Bispo com 1h17min25s, Marcela Cristina com 1h17min47s, Amanda aparecida de Oliveira com 1h18min46s e Francielle Maria de Oliveira da Silva com 1h19min23s fecharam o quinteto do pódio.

Entre tantas provas, também teve espaço para as crianças. Cerca de 2 mil participantes separados em categorias entre 3 e 10 anos participaram da Maratoninha Gloob também no sábado no Aterro do Flamengo.