Um dia após o site da Estácio de Sá apresentar problemas, funcionários, professores e alunos seguem com dificuldades para acessar o portal da instituição, que está fora do ar desde a manhã desta quarta-feira (26).
O "Portal Eu, Rio!" teve acesso a um comunicado interno distribuído aos colaboradores que informava que o problema "foi detectado e isolado pelas nossas equipes de TI". Ainda segundo o informativo, "os sistemas do acadêmico e do corporativo serão gradativamente restabelecidos, com cautela e de maneira estruturada".
Por causa do problema, novamente não houve expediente nesta quinta nos prédios corporativos, mas a previsão é que tal sistema seja normalizado nesta sexta (28). Apesar do comunicado, em nenhum momento foi dito a causa do problema.
Em nota, Estácio afirma que dados de alunos não foram vazados
Após contato feito pelo "Eu, Rio!", a comunicação da empresa informou em nota que o sistema foi "alvo de uma tentativa de invasão. Assim que a tentativa foi constatada, a empresa adotou o procedimento padrão nesses casos, que é iniciar um plano de contingência e tirar a rede do ar".
A instituição falou que conseguiu contera a invasão, "preservando as informações dos nossos alunos, e foi alcançado com sucesso: nenhum dado foi vazado ou alterado".
O comunicado também informa que apesar da situação ter sido controlada, ", o restabelecimento de uma rede complexa como a da Estácio leva tempo. Por isso, as provas dos nossos cursos de Ensino a Distância foram suspensas temporariamente".
Aluna denuncia ligação suspeita
Uma aluna de pós-graduação online de História do Brasil falou sob sigilo ao "Portal Eu, Rio!" que recebeu uma ligação suspeita nesta quinta. Por volta das 11:30, uma pessoa se dizendo funcionário da Estácio pediu insistentemente que a aluna confirmasse alguns dados.
"Foi uma ligação rápida de alguém que falou meu primeiro nome e pediu a confirmação do meu CPF. E eu pedi que ela me falasse o meu nome completo pra saber se ela estava ligando para a pessoa certa. Também pedi que ela confirmasse o meu número de matrícula e a pessoa disse que não poderia continuar a ligação sem que eu confirmasse os dados", revelou a aluna.
Compra suspeita com cartão
Uma outra aluna, que também pediu para não se identificar, entrou em contato com o WhatsApp do "Eu, Rio!" afirmando que teve uma compra irregular de 1000 reais feita no cartão de crédito justamente depois que pagou uma mensalidade no cartão de forma online no site da Estácio. Apesar dela não ter feito o registro da ocorrência, ela entrou em contato com o Nubank, responsável pelo cartão, que cancelou a compra.
"Eu tenho cartão de crédito há pouco tempo e a primeira vez que fiz uma compra online com ele foi exatamente o pagamento da mensalidade da minha pós da Estácio. Isso foi no dia 4 de junho. E antes de ontem (terça, dia 25), recebi por SMS uma notificação de uma compra de quase 1000 reais em 12 vezes. Só eu não fiz isso. Quando soube o que aconteceu no sistema de dados da Estácio, prontamente liguei para o Nubank explicando o que houve e eles atenderam minha solicitação na hora", contou.
Polícia Civil não se pronunciou sobre as denúncias
A assessoria de imprensa da Polícia Civil também foi procurada pra falar sobre se houve alguma denúncia de vazamentos de dados, mas não houve resposta até o momento da publicação.
Nota na íntegra
Segue abaixo a nota na íntegra da Estácio de Sá sobre o ocorrido
"NOTA OFICIAL À IMPRENSA
Na quarta-feira, alguns computadores de colaboradores da Estácio foram alvo de uma tentativa de invasão. Assim que a tentativa foi constatada, a empresa adotou o procedimento padrão nesses casos, que é iniciar um plano de contingência e tirar a rede do ar. O objetivo desse tipo de atitude é conter a invasão, preservando as informações dos nossos alunos, e foi alcançado com sucesso: nenhum dado foi vazado ou alterado.
Embora o ataque tenha sido contido, o restabelecimento de uma rede complexa como a da Estácio leva tempo. Por isso, as provas dos nossos cursos de Ensino a Distância foram suspensas temporariamente.
As equipes internas estão atuando para normalizar a operação da rede -- que, por sua complexidade e abrangência, demanda tempo para ser totalmente restabelecida."