Servidores públicos federais criaram uma frente para combater as "intervenções e ataques do governo Bolsonaro" contra a produção dos órgãos públicos. Nesta quinta-feira (27), oito entidades representativas emitiram nota conjunta em que relatam a desconsideração de evidências científicas e empíricas dos técnicos.
De acordo com a nota, a politização do governo provoca mudanças de metodologia do Censo Demográfico promovido pelo IBGE, com risco para os dados censitários.
A nota critica o afastamento da chefe do Departamento do Meio Ambiente, Daniela Baccas, responsável pela gestão do Fundo Amazônia. Outros fatos citados se referem a mudanças propostas no fundo de Amparo ao Trabalhador, o desmonte de políticas públicas ambientais sem considerar os dados científicos, o corte de 95% dos recursos para políticas sobre mudanças climáticas.
Desconhecimento científico
A nota enfoca a falta de rigor científico nas decisões do governo. Como a substituição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do monitoramento da Amazônia, criticando a medida tomada pelo ministro do Meio Ambiente.
As entidades também denunciam intervenções injustificadas do ensino superior, ignorando comunidades acadêmicas e sob a acusação de "fazer balbúrdia" como justificativa para cortes de verba para pesquisas.
As críticas ao estudo promovido pela Fiocruz por parte de dirigentes do governo também são citadas no documento. O tratamento dado ao 3º Levantamento Nacional Sobre o Uso de Drogas, bem como ao Atlas da Violência de 2019, são classificados pelas entidades como "decisões arbitrárias e opiniões pessoais".
Assinam a nota a AFBNDES, a AFIPEA, ANDES, ASFOC, ASSIBAMA-RJ, ASSIBGE-SN e Fórum de C&T. As entidades terminam acrescentando que continuarão denunciando as posturas contrárias à produção de conhecimento e o desrespeito, tanto aos técnicos quanto às instituições.