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Literatura de Cordel na Flip

Forma de expressão tipicamente brasileira ganhará destaque na feira que começa nesta quarta

Por Alexandra Silva em 10/07/2019 às 14:53:01

Foto: Iphan/Divulgação

Na 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa nesta quarta-feira (10) e vai até domingo, a Literatura de Cordel estará presente com destaque especial. Registrada como Patrimônio Cultural do Brasil no ano passado, ela será inserida oficialmente na festa é uma das ações de salvaguarda, promovidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e visam o apoio e fomento após o registro do bem cultural, ocorrido em setembro de 2018.

A demanda partiu de cordelistas e, como resultado da articulação do Instituto junto à organização do evento, os participantes poderão de 10 a 14 de julho, se aprofundar nesse universo que vai muito além do gênero literário, sendo ainda um veículo de comunicação, ofício e meio de sobrevivência para inúmeros detentores. A programação da Flip deste ano contará com especialistas de diversas áreas ligadas ao universo do cordel. As atividades protagonizadas por cordelistas e editores do gênero de várias localidades do país estarão concentradas no Escritório Técnico do Iphan em Paraty (RJ) e incluem oficinas e rodas de conversa, além de venda de cordéis, exposições, declamações, pelejas, apresentação musical e lançamento de livros.

"É um reconhecimento. Até que enfim uma quebra de muros e de preconceitos com a cultura popular, periférica e do sertão. O cordel já uma arte que vem de longe, ligada aos campos de trabalho e é também uma ferramenta pedagógica, que você fala de qualquer assunto com grande riqueza. O cordel teve papel importante na alfabetização das pessoas, na época que quase ninguém sabia ler nos sertões A poesia popular brasileira é muito poderosa.", explica Ricardo Evangelista, cordelista.

Homenagem em cordel

No domingo (14), será lançado em Belo Horizonte (MG), no centro cultural Sá Maria, o cordel Patativa do Assaré, escrito por Ricardo Evangelista em comemoração aos 110 anos do poeta Patativa do Assaré, com a participação de poetas e artistas mineiros. Quando será realizado um Sarau Tropeiro vai "Voar com gaiola e tudo".

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré (1909-2002) foi um poeta e repentista brasileiro, um dos principais representantes da arte popular nordestina do século XX. Projetou-se nacionalmente com o poema "Triste Partida" em 1964, musicado e gravado por Luiz Gonzaga. Seus livros, traduzidos em vários idiomas, foram tema de estudos na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal.

Flip 2019

Um dos caminhos da curadoria desta edição da Flip foi o de entrelaçar as linguagens artísticas. Literatura, música e encenação surgem aqui entremeadas ou fundidas, seja na forma da canção, do slam, da performance, do cinema ou da poesia de cordel. E este ano homenageia Euclides da Cunha e sua obra. Segundo a curadoria da Flip, a programação da Flip 2019 foi desenhada de modo a retomar temas euclidianos, e em alguns caos, atualizá-la.

Nesta edição, a festa do livro vai contar com um aplicativo, onde os usuários poderão assistir, ao vivo, às mesas literárias da 17ª edição, e receber notificações para acompanhar o que acontece no programa principal.

A programação completa da Flip pode ser acessada clicando aqui.

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