A presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ), Cláudia Franco, e o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor Marco Lucchesi, assinaram, na última terça-feira (9), Termo de Cooperação Técnica para formação de bibliotecas em comunidades quilombolas do estado e em benefício a escolas que atendem essa população. A solenidade aconteceu na sede da ABL, no Centro do Rio.
O convênio terá duração de um ano e visa beneficiar as comunidades quilombolas assistidas pelo Iterj, autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). Segundo a presidente do ITERJ, a ação é positiva e fruto do reconhecimento da importância da cultura quilombola.
"Estamos em festa. Esta iniciativa parte do princípio de viabilizar a formação, o acesso ao conhecimento e à informação dessas pessoas que tem uma cultura vastíssima e belíssima. Temos muito o que aprender com eles", destacou Cláudia Franco.
Já para o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, o projeto é uma modesta contribuição da academia, diante da dívida histórica com os quilombos.
"Os gestos solidários são aqueles que nos integram e constroem uma utopia republicana que não para de ser aprofundada e reconstruída. Temos uma dívida impagável com essas comunidades e esta contribuição da academia é extremamente modesta, mas queremos fomentar a formação das bibliotecas, com doações de livros", destacou Lucchesi.
A iniciativa surgiu de uma visita realizada pelos órgãos aos quilombos de Maria Joaquina, Preto Forro, Fazenda Espírito Santo e Quilombo de Sobara, localizados em Araruama e em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Na ocasião, foram entregues as primeiras doações da ABL de materiais literários de temas diversificados, compostos por livros e DVDs, para as comunidades.
No Brasil, há 2.197 comunidades quilombolas reconhecidas. Dessas, 29 estão concentradas no estado do Rio de Janeiro.
Sobre o ITERJ
O Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, visa democratizar o acesso à terra – posseiros, sem teto e sem terra – intervindo na solução dos conflitos e nos processos de regularização fundiária. O órgão é o executor da política fundiária do estado visando promover, ordenar e priorizar os assentamentos urbanos e rurais, em terras públicas e privadas.