A 27ª edição do Anima Mundi começa nesta quarta-feira (17), com tradução simultânea para surdos e ensino da arte da animação para crianças e adolescentes. Além de mais de 300 filmes de 40 países, o festival de animação tem palestras gratuitas e tradução em Libras, close caption e audiodescrição.
Uma palestra gratuita marca o evento nesta quarta-feira, às 15h30, no Centro Cultural Banco do Brasil. Outros pontos de exibição são a Estação Botafogo e Itaú Cultural. O Brasil é representado por mais de 80 produções ou coproduções. No Rio de Janeiro, as sessões Olho Neles 1 exibem cerca de 30 curtas relacionados aos projetos de acessibilidade.
Acessibilidade obrigatória
Último censo do IBGE revelou que 25 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Este número representa 15% da população. Com isso, em 2015 uma lei estabelece obrigatoriedade à tradução para Libras em eventos.
“Não importa o tipo de necessidade que a pessoa tenha, ela precisa ter esse acesso disponível em sua vida cotidiana. Garantir a acessibilidade é fundamental por se tratar de uma questão de cidadania”, diz Ana Lúcia, diretora da All Dubbing, co-patrocinadora do Anima Mundi.
E a acessibilidade é garantida por lei em 15% das salas de cinema dos maiores grupos de exibição. De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), 35% das salas dos grandes complexos e 30% das salas dos grupos menores deverão estar adaptadas até setembro. No início de 2020, a totalidade das casas de exibição deverá ter equipamentos de acessibilidade.
O festival conta com filmes para todas as idades. Destaque para a sensibilização de crianças e adolescentes para o cinema de animação, como explica o diretor do Anima Mundi, Marcos Magalhães:
"Uma das categorias mais originais e significativas do festival, a meu ver, é a que se chama Futuro Animador. São programas gratuitos nos quais a gente se contagia com o frescor e o entusiasmo de crianças, jovens e educadores, independentes ou participantes de diversas iniciativas de todo o mundo, que descobrem o quanto a linguagem da animação pode ser transformadora. É uma tendência que vem crescendo em número e qualidade. Este ano temos filmes interessantíssimos feitos em escolas e oficinas não profissionalizantes do Brasil, Argentina, Bélgica e Portugal, por exemplo”, conta Marcos Magalhães.