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Literatura como mudança educacional

Escritora carioca criou startup apontada como uma das mais importantes na área da educação no Brasil

Por Alexandra Silva em 17/07/2019 às 17:20:41

Foto: Arquivo Pessoal

A Piraporiando, empresa de arte-educação que usa a literatura infantojuvenil como base para iniciativas voltadas para uma educação antirracista, antibullying e sem preconceitos, fundada porJanine Rodrigues, que é escritora, educadora, foi apontada como uma das 297 startups do Brasil que estão mudando a educação do país no cenário das edtechs. O nome da empresa apareceu num levantamento inédito do Liga Insights EdTechs (o panorama das startups brasileiras na Educação em 2019), realizado pelo Liga Insights, com a parceria de Derraik & Menezes, IGC Partners, Ambev e Cargill.

A pesquisa analisou 12.213 startups e consultou profissionais, especialistas e empreendedores no setor para chegar ao ranking que elegeu as startups mais inovadoras no campo da educação do país. A Piraporiando foi destaque na categoria "Educação Inclusiva" num conjunto de startups que desenvolvem soluções capazes de auxiliar a inclusão no ensino, usando a tecnologia inovação no ensino.

"Tudo surgiu a partir de uma necessidade e vontade de impactar mais crianças e gamificar (uso de técnicas de design de jogos que utilizam mecânicas de jogos e pensamentos orientados a jogos para enriquecer contextos diversos normalmente não relacionados a jogos)as atividades. Muito tem se falado sobre as habilidades socioemocionais e acreditamos que elas são essenciais no desenvolvimento das crianças. Mas também precisa acontecer na prática, com uma linguagem natural e não só bonita. Não é algo para se fazer por que ""está na moda"". Fico muito feliz quando uma escola/uma educadora diz que trabalha nossos livros e projetos, pois eles já atendem muitos itens da BNCC mesmo antes de todo este destaque para as habilidades socioemocionais", declara Janine.

Piraporiando

A Piraporiando foi fundada em 2015 após Janine Rodrigues publicar seu primeiro livro, "No Reino da Pirapora", em 2013,a partir daí, ela passou a receber convites para atividades nas escolas e com o aumento da demanda de ações, Janine criou a empresa para estruturar seus projetos de arte-educação, passando a também editar seus próprios livros para ter mais autonomia na produção e distribuição das obras literárias.Os livros da Piraporiando apresentam histórias divertidas e que trazem, de uma forma brincante, a reflexão sobre a diversidade, educação antirracista, antibullying e sem preconceitos. Seu lançamento mais recente, "Onde está o Boris?", além de trazer situações divertidas e curiosas sobre um gato que todos acham ter sumido, a história aborda o manterrupting ainda na infância e também aborda empatia e inclusão, trazendo no livro uma personagem com deficiência.

Já "Nuang - Caminhos da liberdade" conta a história da liberdade a partir dos olhos de uma criança, ressaltando elementos da cultura afro-brasileira. A publicação recebeu a chancela da Fundação Cultural Palmares. Segundo a instituição, este trabalho provoca reflexões importantes sobre a história afro-brasileira e contribuem para cumprimento da Lei nº 10.639/2003, que estabelece diretrizes e bases da educação nacional para o ensino das culturas africanas e afro-brasileira.

Entre 2017 e 2019, a Piraporiando ampliou de sete para 16 o número de estados brasileiros que receberam seus projetos e livros. Para escalar o negócio e ampliar o impacto da sua atuação, a empresa se tornou parceira do Canvas - melhor LMS de educação do mundo. Também passou a fazer parte da Base2Edu, Rede de Educadores Transformadores conectados no presente e focados no futuro da educação no Brasil e no mundo que tem como missão apoiar, conectar e ampliar iniciativas de pessoas e instituições que promovem a evolução educacional.

"Agora a Piraporiando realiza a formação dos professores em nossos projetos e são eles quem executam as atividades nas escolas, fazendo uso de nossa metodologia e com nosso acompanhamento pedagógico", revela Janine Rodrigues.

Em 2019, a empresa ampliou seu escritório para São Paulo, no CÍVI-CO, que abriga negócios de impacto social. A equipe também cresceu, são três colaboradoras no Rio de Janeiro e duas em São Paulo. Tanto na venda dos livros - aproximadamente 22 mil exemplares - como na realização de projetos de arte-educação, a Piraporiando atua em diversos estados, dentre eles, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia, Brasília, Paraíba e Pernambuco e em países como Colômbia, Argentina e Chile.

"Já desenvolvemos mais de 88 projetos voltados para leitura e diversidade cultural. São aproximadamente 30 mil crianças e 16 mil educadores ao longo destes quatro anos de existência", destaca.


O nome por trás da Piraporiando

Janine Rodrigues é apaixonada por literatura infantojuvenil e escreve desde a infância. Ela revela que quando era criança e precisava contar ou pedir alguma coisa para sua mãe, escrevia-lhe cartinhas. Dizendo que assim era mais fácil ""dobrar"" a exigente Dona Jurema. Quando adolescente, ganhava livros do seu cunhado Ricardo e tudo isso despertou seu gosto pela leitura e pela escrita. Seu livro preferido é o Menino Maluquinho, do Ziraldo, autor muito especial para a autora, um de seus grandes inspiradores. Hoje, aos 37 anos, essa carioca apaixonada por literatura, está em sua sexta publicação. É diretora-fundadora da Piraporiando, empresa de arte-educação focada na diversidade.

Os livros e projetos de arte-educação da Piraporiando contribuem para um olhar afetuoso sobre a diversidade cultural. Seu trabalho já alcançou mais de 16 estados do Brasil, além de países como a Colômbia, a Argentina e o Chile.

Recebeu o Prêmio Destaque Artístico Cultural da Sociedade Europeia de Belas Artes, na Áustria, e o Prêmio Latino-Americano de Excelência pela Academia de Letras de Rosário, na Argentina. Recebeu o prêmio Heloneida Studart 2018. Curadora da FLUP Parque 2018.

Seu livro '' As Duas Bonecas Azuis'' virou peça de teatro, em parceria com a Companhia Miolo de Teatro Intuitivo. A peça, premiada, compõe um importante projeto de teatro literário. Janine roteirizou e dirigiu o curta de animação '' O Filho do Vento'', arte do artista Boni, selecionado para diversos festivais de cinema. Seu livro e projeto '' Nuang - caminhos da liberdade'' receberam chancela cultural da Fundação Cultural Palmares. A escritora também assina o roteiro da peça "A Bela Adormecida" que faz uma imersão no ballet homônimo de Tchaikovsky.

"O propósito é estabelecer um (re) encontro com as culturas populares e eruditas pouco difundidas nas escolas do Brasil e exaltar as nossas raízes e a diversidade para as novas gerações com um conteúdo para toda a família. A beleza, a inteligência e o talento da menina/mulher em formas leves, livres e potentes em cores envolventes", concluiu Janine.

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