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Peça infantil celebra o ritual de contar histórias e dá asas à imaginação das crianças

Espetáculo tem promoção para estudante da rede pública e seu acompanhante

Por Claudia Marapodi em 13/07/2018 às 08:37:57

"A arte de contar e ouvir histórias é uma das práticas mais antigas da humanidade e até hoje fascina", afirma Mariana Dias. (Divulgação)

O espetáculo infantil "Histórias de uma Margarida", idealizado e encenado pela atriz e autora Mariana Dias, está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal, aos sábados e domingos até 5 de agosto. A peça traz a história de Margarida, uma contadora de histórias, que leva as crianças a uma viagem pela imaginação, através de objetos retirados de sua saia, cheia de bolsos.

A história contada em parceria com a plateia favorece a escuta e a ritualização do lúdico. "Histórias de uma Margarida" celebra o ritual de contar histórias, incentivando a imaginação das crianças, num tempo em que recebem quase tudo pronto: desenhos animados, brinquedos eletrônicos, bonecas que falam, entre outros.

"Sempre tive o universo infantil muito presente em meu processo de escrita. Me formei em letras e me encantei pela oralidade, onde logo comecei a desenvolver projetos que estimulassem a leitura através da contação de histórias. O mais fantástico disso é que você dá ao ouvinte a história com a possibilidade dele imaginar o que ele quiser! O que uma criança compreende não é necessariamente o que a outra está vendo. Isso é incrível!", explica a autora.

"Histórias de uma Margarida" tem referências musicais e literárias que compõem a memória afetiva de Mariana. "A arte de contar e ouvir histórias é uma das práticas mais antigas da humanidade e até hoje fascina. A oralidade permite a liberdade imaginativa", ressalta a atriz. A autora conta que buscou inspiração no conto "A Paixão de Dizer", publicado no livro "Mulheres", de Eduardo Galeano, para criar a sua Margarida. "Assim como na história de Galeano, ela tem uma saia enorme, cheia de bolsos, de onde surgem os objetos lúdicos".

O verde simboliza a natureza

Para ilustrar, o diretor Fernando Nicolau e o artista plástico Bruno Dante escolheram o verde como cor principal. "O cenário é composto por grama sintética. Optamos por essa monocromia como caminho para reverenciar a natureza", destaca Fernando. A saia, criação de Luiza Fardin, tem 17 bolsos e o chapéu, criado por Bruno, tem forma gotejante, inspirada na obra do artista plástico Ernesto Neto. "Muito mais que um adereço, o chapéu é também um regador e traz uma caixinha de música, de onde Margarida tira suas histórias", revela Bruno. Do figurino, saem ainda 16 objetos cênicos criados pelo artista, todos em tons alaranjados. "O laranja tem uma vibração e, ao mesmo tempo, é uma cor híbrida, que não remete a gênero", explica.

A direção musical é de Claudio Lyra, cantor, compositor, instrumentista e produtor musical, que compôs músicas inéditas. A canção popular "Apareceu a Margarida", também faz parte do repertório e quando toca, a personagem surge em cena como mágica.

Para Mariana Dias, "Histórias de uma Margarida" "é também um ato de resistência com um claro objetivo de formação de plateia. Quero que os pais tragam suas crianças e que elas passem momentos felizes, tenham experiências inesquecíveis e ajudem semear o desejo e o interesse pelo teatro para que crianças de todas as idades", conclui.

Aluno de escola pública tem gratuidade

A peça "Histórias de uma Margarida" está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal, na Avenida Rio Branco, n0 241, Centro do Rio de Janeiro, sábados e domingos, às 16h, com classificação livre até o dia 5 de agosto. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Outras informações, ligue para (21) 3261-2550.

Crianças da rede pública que levarem ou forem vestidas com a camisa da escola, e seu acompanhante, têm direito à gratuidade. Os alunos dos Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) também garantem a entrada ao apresentar a comprovação de matrícula na bilheteria do teatro. Nos dias 15 e 28 de julho, a peça não será apresentada.

Sinopse

Um jardineiro, que sonha com um jardim cheio de borboletas, está triste porque não tem flor, logo, não tem borboletas. Um dia ele recebe, num sonho, o conselho de um sábio: conversar com a natureza. Ele então procura o Sol, a Chuva e a Terra até encontrar a resposta para seu sonho. Os contos "Alfaiate Desatento" e "A formiga e a neve" foram referências para a atriz escrever "O jardineiro e a flor".

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