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"A ponte" reúne grande elenco e nomes consagrados da produção teatral

A peça está em cartaz no Teatro II do CCBB-RJ

Por Jonas Feliciano em 17/07/2019 às 20:57:36

Imagem: Divulgação

Desde o dia 12 de junho, o espetáculo "A ponte", está em cartaz no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ). Sob a direção de Adriano Guimarães, as atrizes Bel Kowarick, Debora Lamm e Maria Flor encenam pela primeira vez no Brasil o texto do premiado autor canadense Daniel Maclvor. Sucesso em Belo Horizonte, São Paulo e Brasilia, a peça trata da aceitação das diferenças por meio de um reencontro entre três irmãs.


Na trama, o público mergulha na relação de três irmãs separadas pela vida e que são obrigadas a se reunir para enfrentar a morte iminente de sua mãe. Bel Kowarick é Theresa, a mais velha, uma freira que se isolou da família em um retiro religioso. Debora Lamm vive Agnes, a irmã do meio, uma atriz falida, que foi tentar a sorte longe de sua cidade natal. E Maria Flor interpreta Louise, a mais jovem, obsecada por séries de tv e desinteressada pelo mundo além do virtual.

Neste reencontro, ambientado na cozinha da casa onde foram criadas, as três revelam os seus valores, crenças e diferenças em busca da possível reconstrução de uma célula familiar há muito tempo fragmentada. A adaptação de A Ponte nasceu por iniciativa de Maria Flor, que ficou fascinada pela dramaturgia de MacIvor e convidou Bel Kowarick para ser sua parceira no projeto.

"É um texto que fala sobre afeto e relações humanas profundas mas o que me chamou mais atenção foram os diálogos e as personagens. É uma peça completamente sobre mulheres, que sobrevivem apesar de todas as dificuldades e que se ajudam, se fazem crescer e amadurecer. Meu personagem é muito dependente da mãe. É introspectiva, lúcida, direta e literal na sua maneira de lidar com o mundo", comentou a atriz.

Para o diretor, o autor constrói a narrativa com diálogos bem resolvidos.

"O trabalho foi fazer com que a dramaturgia viesse à tona junto com o elenco e construir um lugar onde isso pudesse acontecer. Ainda que seja um tema recorrente é fundamental abordarmos conflitos pessoais em um momento em que se mostra difícil dialogar com quem é diferente", ressaltou Adriano.

Para Bel Kowarick, o texto tem como recorte a aceitação das diferenças e de reconstrução de uma família.

"As relações familiares expostas são inerentes ao espaço e o tempo, podendo ser retratadas em qualquer país ou época. O maior desafio foi me libertar do estereótipo da figura da freira e criar uma mulher humana. Acredito que conseguimos criar a relação viva entre essas irmãs cheia de conflitos e amor", analisou Bel.

Na visão de Débora Lam, a resolução de conflitos internos é a maior característica de sua personagem.

"Agnes tem uma grande ferida em seu passado e a peça trata do momento em que ela dá atenção a isso para poder seguir".

A atriz ainda acredita que todas as personagens apresentam forte capacidade de gerar identificação no espectador.

"O ambiente familiar reúne nossas primeiras referências e também nossos primeiros conflitos. É o primeiro espelho para o mundo. Essas três irmãs passam por questões básicas de nós humanos que dizem respeito aos laços de sangue. Agnes é uma personagem complexa que atravessa muitos estados, vai do riso ao choro com facilidade, discute com intensidade questões fundamentais. É uma das melhores oportunidades que o teatro já me deu" destacou.

Nomes consagrados

O ator, dramaturgo, diretor de teatro e cinema, Daniel MacIvor, nasceu em 1962 na Nova Escócia. Ele se tornou conhecido no Brasil através das encenações de "In or It", "A Primeira Vista" e " Cine Monstro", dirigido por Enrique Diaz. Na televisão, conquistou papéis em filmes independentes com destaque para o sitcom Twitch City.

Já Adriano Guimarães é diretor de teatro, artista visual e professor. Em seu currículo, possui mais de 50 peças. Entre as mais recentes estão o Imortal (2018), Hamlet (2015-2017), Ruído (2016). Ele é conhecido internacionalmente pela pesquisa artística desenvolvida, desde 1998, sobre a obra do escritor irlandês Samuel Beckett. Realizou diversos projetos transdisciplinares e diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, tendo sua trajetória marcada por mostras como a Bienal de São Paulo e o Panorama da Arte Brasileira. Foi indicado diversas vezes ao Prêmio Shell e venceu na categoria de Melhor Direção, junto a Hugo Rodas, com a montagem de Doroteia.

Grande elenco

Imagem: Divulgação

Bel Kowarick é atriz de teatro, TV e cinema. Participou do Centro de Pesquisa Teatral do SESC - CPT, sob direção de Antunes Filho.Em Londres, cursou as escolas de Phlillipe Gaulier e Jos Houben. Em 2010, recebeu o prêmio APCA como melhor atriz de teatro 2010 em "Dueto para Um", além de uma indicação na mesma categoria ao Prêmio Shell. Já atuou em diversos espetáculos e, na TV, participou das novelas "O Rebu" e "Tempo de Amar" na Globo, além das séries "Som e Fúria" e "Felizes para Sempre" dirigidas por Fernando Meireles.

Maria Flor é atriz, diretora e roteirista. Asua primeira participação na TV Globo foi em 1995, na novelinha Malhação. Desde então, tem interpretado diferentes tipos de personagens. Em novelas de época ou no horário nobre das 21h, como a caipira Tina, no remake de Cabocla, onde ganhou o Prêmio Qualidade Brasil na categoria Atriz Revelação.

Também participou de "Belíssima", "Eterna Magia", "Sete Vidas" e a "A Lei do Amor". Nas séries, destacou-se em Som & Fúria, atuou como a personagem título de Aline e também foi protagonista de "Do Amor" no GNT. No cinema, de 2004 para cá atuou em 19 filmes, entre eles: O Diabo a Quatro, Cazuza, 360, Proibido Proibir, Chega de Saudade, O Bem Amado, Xingu, Os Maias, Meus dois Amores, Pequeno Segredo e Albatroz (2018).

Como diretora e roteirista realizou em 2013, para o canal Multishow, a série de ficção, "Só Garotas" e, em 2014 filmou o processo de ensaio da peça Nômades, espetáculo teatral com Andrea Beltrão, Mariana Lima e Malu Galli, que gerou o Filme Ensaio, exibido no Festival do Rio 2018 e na 42 Mostra de SP. Em 2019, estreia os filmes Albatroz e Quatro amigas numa fria além do stand up com o seu marido Emanuel Aragão " Tudo o que você sempre quis saber sobre o casamento", em setembro no Shopping da Gávea.

Debora Lamm tem mais de 40 espetáculos como atriz e diretora, onze indicações à prêmios de teatro e cinco troféus no currículo. Ela também é integrante e fundadora da Cia OmondÉ que completa 10 anos esse ano. São doze personagens no cinema, entre eles as protagonistas do sucesso de bilheteria Muita Calma Nessa Hora, do premiado Seja o Que Deus Quiser de Murilo Sales, e do novo lançamento da Conspiração Filmes, L.O.C.A.

Sua parceria com a diretora Júlia Rezende em Como é Cruel Viver Assim, lhe rendeu a indicação de melhor atriz no festival internacional de cinema da África do Sul. Contratada da TV Globo, já atuou em séries e novelas com Mauricio Farias, Dennis Carvalho, Denise Saraceni, Marcius Melhem, Zé Luís Villamarim, Gilberto Braga, Amora Mautner, Felipe Miguez, Guel Arraes, entre outros. Débora está confirmada na próxima novela das 21h de Manuela Dias, Amor de Mãe.

A dramaturgia fica por conta de Emanuel Aragão e a cenografia é de Adriano Guimarães e Ismael Monticelli. A tradução do texto foi realizada por Bárbara Duvivier. A responsável pelo figurino é Ticiana Passos e a iluminação de Wagner Pinto. A direção de movimento é de Denise Stutz e a de produção da Adriana Salomão.

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro fica no Centro do Rio. "A Ponte" deve ficar em cartaz até o dia 12 de agosto. As sessões acontecem de quinta à segunda-feira, às 19h30. A entrada custa R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada). O Teatro II tem capacidade para 153 lugares e classificação é 12 anos.

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