As escolas estaduais do Rio de Janeiro passam a ter aulas de artes marciais. Em evento na sede da Secretaria de Educação nesta terça-feira (23), o secretário Pedro Fernandes anunciou a criação do Programa Esporte na Escola, em que 1800 instrutores de artes marciais como Muay Thay, boxe inglês, Jiu Jitsu e judô serão contratados para ministrar aulas em todas as unidades de ensino do estado.
Nos próximos dias, o Estado fará licitação para a escolha da empresa que fará a contratação dos profissionais. O objetivo do programa é estimular o envolvimento dos jovens com o esporte, revelar futuros talentos e incentivar os valores esportivos no ambiente escolar, como disciplina e respeito à hierarquia.
O secretário Pedro Fernandes disse ainda que, além dos instrutores de artes marciais, o Estado vai contratar egressos das forças armadas para atuarem como porteiros e inspetores de aluno, como ocorria há dez anos.
"Serão 1800 profissionais de luta para implantar artes marciais em todas as escolas para proporcionar a filosofia de vida aos alunos", disse.
Experiência própria
Pedro Fernandes revelou que foi um estudante indisciplinado e insubordinado até o dia em que entrou para o mundo das lutas:
"A luta é importante por ensinar disciplina, respeito às pessoas e melhorar o desempenho do aluno. Eu aprendi a ser disciplinado e a respeitar as pessoas. O meu desempenho melhorou significativamente. É isso que a gente espera que reflita nas escolas", disse.
O lutador Rogério Minotouro disse que já viu essa iniciativa em outros países e destacou os valores passados pelas artes marciais às crianças:
"Sempre tive a sensação de que o Rio de Janeiro é um grande berço das artes marciais. A família Gracie fez história aqui, chegando até o UFC. Como professor de arte marcial, destaco esses valores que estão sendo passados por cada criança", disse.
O governador Wilson Witzel disse que a educação não se limita ao ensino de matemática ou Física, mas sim, ensinar a viver:
"A luta, antes de ensinar agressividade aos alunos, ensina a eles muito mais do que isso. Não ensina agressividade, mas sim, ensina os alunos a terem disciplina, perseverança para lutar por seus objetivos e cada vez mais conquistar seu espaço.
Witzel espera também que as aulas de luta inibam agressões a professores por parte de alunos.
"O objetivo é a inclusão social através das artes e dos esportes. As artes marciais nos colégios não são para estimular a violência", disse.
Estrutura nas escolas
O secretário Pedro Fernandes disse ainda que o Estado adquiriu 24 mil aparelhos de ar condicionado na semana passada. Ele promete que todas as escolas serão climatizaras até o final do ano. Com isso, ele garante um clima mais ameno dentro das salas de aula.
São 1800 egressos das forças armadas para porteiro e inspetor de aluno para ajudar diretores e profissionais de educação. Além de uniformes a todos os alunos.