Mais de 2,2 mil internações foram registradas em 2018 na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em virtude de doenças ocasionadas pela falta de saneamento básico, apontou estudo realizado pela Casa Fluminense, organização que analisa dados oficiais da Região Metropolitana do Rio.
No levantamento, foram contabilizados casos de leptospirose, malária, febre amarela, dengue, esquistossomose, entre outros, todos registrados em 2018. Do total, 71% das internações acometeram crianças de até nove anos de idade.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM), Raul Canal, saneamento é o direito fundamental mais negligenciado no país atualmente.
“O saneamento básico tem ligação direta com a saúde e a qualidade de vida do cidadão. E a sua falta, além de aumentar a desigualdade social e ferir a dignidade do ser humano, é um impedimento a um maior desenvolvimento econômico do país”, afirma.
Segundo Canal, além dos serviços de abastecimento de água potável e coleta, tratamento e disposição final dos esgotos sanitários, também fazem parte do saneamento básico a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, a limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos. O presidente da ANADEM chama a situação de “gravíssima”, porque o atendimento tardio pode agravar os sintomas das pessoas que se encontram nesta situação.
“Uma criança que bebe água contaminada, ou mora no meio do esgoto, não tem saúde e não consegue estudar. Com isso, não terá oportunidade de ter uma profissão, melhorar de vida ou colaborar para o desenvolvimento do país”, completa Canal.