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Martin Baron, editor-chefe do The Washington Post, sugere apoio a Glenn Greenwald

O jornalista é um dos ícones do jornalismo investigativo mundial

Por Jonas Feliciano em 28/07/2019 às 21:37:04

Imagem: Reprodução do Twitter

No último sábado (27), um editorial do veículo americano The Washington Post publicou um texto revelando os ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o jornalista Glenn Greenwald. No conteúdo, o jornal citou as ameaças de Bolsonaro a Glenn descrevendo as insinuações sobre a possibilidade de prisão do jornalista. Isso, alguns dias depois que membros de seu partido disseram que a publicação americana se alinhou a "hackers criminosos", pois revelou o conteúdo de conversas telefônicas do atual ministro da justiça, Sérgio Moro.

O The Washington Post ainda citou que, para muitos brasileiros, Moro é um herói, além de um membro importante do gabinete do presidente. A publicação também reproduziu a nota oficial da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo investigativo) sobre o assunto.

Vale relembrar que, na manhã de ontem, em uma entrevista no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirmou que a Portaria N. 666, publicada pelo Ministro da Justiça, não atinge Glenn. Contudo, o presidente disse que o americano poderia pegar "uma cana".

"Ele [Glenn]não se encaixa na portaria. Até porque, ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota criança no Brasil. Esse é o problema que nós temos. Ele não vai embora, pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, não vai pegar lá fora não", sugeriu o atual presidente.

Em resposta a Bolsonaro, Greenwald publicou três post's em seu Twitter oficial. Na ocasião, o responsável pela série de reportagens baseadas em diálogos obtidos por meio de uma invasão de hackers aos celulares de integrantes da Lava-Jato, repudiou a declaração de Bolsonaro e reforçou que acredita na democracia e na liberdade de imprensa.

Em apoio ao colega, na tarde deste domingo (28), Martin Baron, jornalista americano e editor chefe doThe Washington Post também twittou sobre o assunto. Ele reproduziu um trecho da nota oficial da Abraji.

"A Abraji manifesta solidariedade a Glenn Greenwald e repudia os ataques direcionados a ele, à sua família e a seus colegas do Intercept, especialmente os que partem de agentes públicos. Tentativas de intimidar e silenciar um veículo são ações típicas de contextos autoritários e não podem ser tolerados na democracia que rege o país", escreveu.

Baron é um dos ícones do jornalismo mundial. Ele foi um dos personagens centrais na cobertura da equipe Spotlight, do jornal Boston Globe. Em 2012, esse grupo foi responsável pela investigação de um dos maiores escândalos de padres pedófilos na igreja católica. Por esse trabalho, o repórter recebeu vários prêmios Pulitzer. Um dos mais importantes foi pela série de reportagens sobre investigações secretas da Agência Nacional de Segurança dos EUA.

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