Com 2 a 0 sobre lanterna, Fogão faz as pazes com a vitória

Um gol de Alex Santana, em chute forte de fora da área, e outro de Marcelo Benevenuto, de cabeça, construíram a primeira vitória do Botafogo em cinco jogos no Brasiliro.Foram três derrotas e um empate, com dois reveses na volta da Copa América. A vitória sobre o lanterna Avaí por 2 a 0, na Ressacada, fez a equipe carioca chegar aos 19 pontos. Com isso, antes mesmo que o acordo com os irmãos Moreira Salles injete recursos e permita a contratação de reforços, o time de General Severiano pode voltar a focar mais a Libertadores do que a zona do rebaixamento. A vitória sobre o Avaí teve um sabor especial, pois no banco do adversário estava Alberto Valentim, que já comandou o Fogão por duas vezes, em uma levando o time ao Campeonato Carioca.

A cinco pontos do arquirrival, o Flamengo, com quem disputa desde o início do Brasileirão a condição de Melhor do Rio, o Fogão volta a campo no próximo domingo. Em casa, no Nilton Santos, o Alvinegro recebe o Athletico Paranaense. Para desespero de Gustavo Kuerten, o Guga, que seguirá soltando seus gritinhos característicos, o time do surfista do saibro, o Avaí permanece na lanterna da competição com cinco pontos. Também no domingo, joga novamente em casa, desta vez contra o Cruzeiro. Semifinalista da Copa do Brasil, na qual tenta o tricampeonato seguido e inédito, e nas quartas de final da Copa do Brasil, o campeão mineiro faz péssima campanha no Brasileiro.

Eliminado da Sul-Americana na última quarta-feira (31) pelo Atlético Mineiro, por quem foi derrotado na ida (1X0) e na volta (2X0), o Botafogo está livre para focar a campanha no Brasileiro, de acordo com o site do clube.

O Avaí pressionou o Botafogo no começo da partida. Conseguiu muitos escanteios, mas não soube aproveitar. O Fogão, em contrapartida, foi cirúrgico: na primeira chance, Alex Santana estufou o filó. Aos 18 minutos, o meia recebeu passe açucarado de João Paulo, limpou o lance, arriscou de longe e acertou o cantinho direito de Vladimir. Sem chances para o goleiro, o chute lembrou Marinho Chagas, o Bruxa.

?O gol foi pouco para o apetite do Fogão. Dez minutos depois, o Glorioso teve grande oportunidade para ampliar. João Paulo, maestro e garçom como no duelo com o Flamengo, serviu Diego Souza. Atrapalhado por Betão, o tanque alvinegro finalizou muito fraco nas mão de Vladimir. O Avaí tentou chegar ao empate, mas o desempenho do seu atque seguiu compatível a um time que, ao contrário de Vasco, Ceará e CSA, não encontrou ao longo do campeonato forças para deixar a lanterna. A inspiração foi escassa tanto para Pedro Castro, que chutou de fora da área por cima, quanto para Gustavo Ferrareis, revelado pelo Inter, esqueceu estar diante de uma muralha e cabeceou sem convicção nem força, em cima de Gatito, que sequer precisou honrar o apelido.

Eduardo Barrocas, tratado por boa parte da imprensa esportiva como o Rinus Michels alvinegro, o Guardiola acima do peso, parece ter caprichado na preleção. ?A volta para a segunda etapa saiu melhor do que a encomenda para o Fogão. Logo aos quatro minutos, o zagueiro Marcelo Benevenuto, para muitos torcedores o novo Sebastião Leônidas, balançou as redes novamente. Num estilo que lembrou o do parceiro de zaga, o xerifão uruguaio Joel Carli, a revelação da base alvinegra subiu mais que a defesa do Leão e completou, de cabeça, cruxamento de Marcinho. Lateral direito que, por sinal, vem se destacando nos últimos jogos do Glorioso pela intensidade no apoio ao ataque.

No duelo contra rival direto, Fogão fez valer a força de sua defesa contra a pressão incessante do Leão

O segundo gol fez com que o Avaí abondonasse as precauções de vez e saísse par o jogo.A defesa carioca, uma das menos vazadas do campeonato e um dos trunfos até a parada para a Copa América no passeio do Botafogo pelo G-6, não sofreu grandes sustos no restante do segundo tempo. O Fogão ainda ficou com um jogador a mais aos 35 minutos. Rodrigo Pimpão sofreu um pisão de André Moritz, que foi para o chuveiro mais cedo. Na melhor chance para os catarinense, Luan Pereira aproveitou a sobra de um cruzamento e emendou de primeira. Não contava com a astúcia de Marcelo Benevenuto: em dia de Thiago Silva, o Beckenbauer de Ébano conseguiu cortar com o ombro, garantindo os três pontos na bagagem para o Rio.

FICHA TÉCNICA

AVAÍ 0 X 2 BOTAFOGO

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Estádio: Ressacada, em Florianópolis (SC)

Data/hora: 4/8/2019, às 16h (de Brasília)

Árbitro: Vinicius Furlan (SP)

Auxiliares: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Daniel Paulo Ziolli (SP)

Árbitro de vídeo: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG)

Público/renda: 7.140 testemunhas/Renda não divulgada

Cartões amarelos: Igor Fernandes e João Paulo (AVA) e Gabriel (BOT)

Cartão vermelho: André Moritz (AVA)

GOLS: Alex Santana 18'/1ºT (0-1), Marcelo Benevenuto 4'/2ºT (0-2)

AVAÍ: Vladimir, Léo, Betão, Marquinhos Silva e Igor Fernandes; Pedro Castro (Luan Pereira, 29'/2ºT), Richard Franco (André Moritz, 8'/2ºT) e João Paulo; Lourenço, Bruno Sávio (Brenner, intervalo) e Gustavo Ferrareis. Técnico: Alberto Valentim.

BOTAFOGO: Gatito, Marcinho, Marcelo Benevenuto, Gabriel e Gilson; Cícero, Alex Santana e João Paulo; Rodrigo Pimpão (Fernando, 36'/2ºT), Diego Souza (Victor Rangel, 20'/2ºT) e Luiz Fernando (Jean, 31'/2ºT). Técnico: Eduardo Barroca.