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Ilha de milicianos

Policiais são suspeitos de integrar esquema criminoso de distribuição de gás

Um deles, que concorreu a deputado nas últimas eleições, se entregou


Foto: Divulgação/TRE
Um processo que tramita na Justiça do Rio revela que policiais militares e civis supostamente comandam empresas de distribuição de gás na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, e se utilizam da função pública para amedrontar comerciantes que não integram esquema criminoso do ramo e não favorecerem sua atividade empresarial.

Um dos PMs foi identificado como Khaled Hable, candidato a deputado estadual nas últimas eleições pelo PSL e é um dos acusados no autos de ter recolhido botijões de gás e ameaçado revendedores do produto da região da Ilha do Governador. A prática do policial militar, ao que parece, tem sido comum e tem apoio de traficantes de drogas da região, dos quais ele seria aliado, revelam os autos. Ele se entregou nesta segunda-feira (5).

Segundo um revendedor, foram realizadas imagens e operações de vigilância nos locais de venda de gás que resultaram na identificação de outras empresas pertencentes a vítima e ao investigado. Há indícios da participação de outros depósitos de gás, pertencentes a outras pessoas, mas que possuem uma ´interconexão com todos os envolvidos, uma relação comercial e política com o objetivo de aumentar a lucratividade com a venda de gás GLP fixando o preço e monopolizando o mercado´.

O processo cita também o depoimento de outra testemunha que, além de confirmar as declarações da vítima, relata que Khaled ameaçaria os comerciantes que não cumprem suas ordens, gerando temor em todos na região.

As investigações apontam ainda possível relacionamento entre o PM identificado o e o traficante de drogas Fernando Gomes de Freitas, conhecido como Fernandinho Guarabu, antigo chefe do Morro do Dendê e que foi morto recentemente em uma operação policial.

Um outro processo também aponta a ligação de Khaled com Guarabu e informa que o envolvimento só poderá ser confirmado por meio de interceptação telefônica que, segundo os autos, é um eficaz meio de combate às condutas criminosas descritas, permitindo aos investigadores identificar outros envolvidos, conhecer detalhes da operação delitiva.

"Há indícios da forte pressão e ameaça que o denunciado fazia sobre seus pares e sobre os comerciantes locais, o que demonstra, ao menos por ora, que qualquer medida diversa da prisão cautelar é insuficiente para conter a atuação do denunciado, sendo necessário o seu afastamento do seio social por meio da segregação cautelar. Ressalte-se ainda que, ao que parece, as atividades ilícitas do denunciado era favorecida pelo chefe do tráfico de drogas da Ilha do Governador - vulgo Fernandinho Guarabu, morto recentemente em operação policial", dizem os autos.

Procurada, a PM ainda não se manifestou sobre o caso A Polícia Civil informou que não tem informações sobre casos que estão na Justiça.

Operação

Nesta manhã, Unidades do COE - Comando de Operações Especiais (BAC, BPChq, BOPE e GAM) realizam, desde as primeiras horas, uma operação na comunidade Morro do Dendê (Ilha do Governador). Até o momento, um fuzil cal. 5.56 e drogas foram apreendidos.

No último fim de semana, uma sessão de fogos e tiros fizeram parte de uma comemoração do Terceiro Comando Puro para o aniversário de um traficante conhecido como Neves (preso) que, teria virado um dos primeiros da hierarquia do morro após as mortes de todos os chefões e sucessores do Dendê.

O nome do bandido Logan também foi citado nessa comemoração.

Ele também foi um dos mortos no cerco do Choque nos acessos do Dendê, causando a morte dos traficantes Gil, Fernandinho, Piu, Batoré e Logan.

Imagens dos fogos foram exibidas em redes sociais.

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