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TJ decide prisão preventiva de vereadores de Petrópolis nesta quarta (7)

Pedido do MPRJ tem por base operação que detectou pagamento de verba mensal a colegas pelo vereador Paulo Igor, que buscava maioria para se manter na Presidência da Câmara da cidade serrana

Por Portal Eu, Rio! em 06/08/2019 às 07:31:03

Câmara de Petrópolis vem sendo alvo de operações do Ministério Público e da Polícia Civil desde o ano passado, por acusações de compra e venda de apoio Arte Ascom MPRJ

O 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça aprecia na quarta (7) o pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Paulo Igor Carelli, e de quatro vereadores afastados, será realizado na próxima quarta-feira (07/08) pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça. Os vereadores Ronaldo Luiz de Azevedo Carvalho, o Ronaldão; Luiz Antônio Pereira Aguiar, o Luizinho Sorriso; Reinaldo Meirelles da Sá; e Wanderley Taboada foram denunciados na Operação “Sala Vip”, realizada em janeiro deste ano, quando Paulo Igor foi acusado por cooptá-los, com o pagamento de verba mensal, para obter maioria de votos na Câmara Municipal de Petrópolis e manter-se no cargo de presidente.

A Operação “Sala Vip” foi realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Civil, como desdobramento da Operação “Caminho do Ouro”, deflagrada em abril de 2018 , quando foram apreendidos mais de 155 mil reais em espécie, parte dividida em maços de dinheiro contendo anotações com os apelidos e iniciais dos parlamentares acima citados, material que estava escondido na banheira de hidromassagem do vereador Paulo Igor. Paulo Igor encontra-se em liberdade por decisão colegiada do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em habeas corpus, após ter sua prisão preventiva mantida pelo 1º Grupo Câmara Criminais em razão da Operação “Caminho do Ouro”.

Há pouco mais de um mês, Carelli havia sido citado na Operação Diáfano, que investigava a nomeação de funcionários fantasmas na Câmara de Vereadores de Petropólis. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, com o apoio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (GAOCRIM/MPRJ) e a Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro da Polícia Civil (CIAF/PCERJ), realizaram na quinta-feira (27/06) em Petrópolis a Operação Diáfano para afastar de suas funções o presidente da Câmara de Vereadores do município, Roni Medeiros, acusado de empregar funcionários fantasmas em seu gabinete entre os anos de 2013 e 2016. Além do político, outras quatro pessoas são acusadas de peculato. A operação também cumpre nove mandados de busca e apreensão nas residências dos denunciados e na Câmara Municipal de Petrópolis.

De acordo com a denúncia, Roni empregou como 'fantasmas' Omar Ligeiro Jacob, Valeria Maria Vital de Lira Rizzo e Márcio José de Almeida em seu gabinete sem que os funcionários comparecessem para trabalhar na Casa Legislativa. O político nomeou Omar Ligeiro Jacob a pedido de seu pai, Omar Jacob, como contrapartida aos serviços que prestou durante a campanha eleitoral de Roni. Depois da posse, Omar Ligeiro Jacob não retornou à Câmara para trabalhar, não tendo realizado qualquer atividade inerente ao cargo comissionado. O pai, Omar Jacob, também foi denunciado.

Já em relação a Valeria e Márcio, o vice-presidente da Câmara submeteu seus nomes ao então presidente da Câmara Municipal, Paulo Igor Carelli, com a finalidade de obter a nomeação dos indicados aos cargos, respectivamente, de assessor parlamentar e assessor especial, lotados no gabinete de Roni. Muito embora tenham sido nomeados e empossados nos cargos comissionados, os denunciados nunca exerceram qualquer função pública na Câmara Municipal, tendo recebido, normalmente, os proventos relativos aos cargos ocupados durante o período em que estiveram empregados na Casa. Ao longo do quatro anos de legislatura foi desviada dos cofres municipais a quantia de aproximadamente R$ 500 mil em valores atualizados, correspondente aos vencimentos pagos aos três funcionários “fantasmas”, que foram denunciados pelo total de 72 peculatos e associação criminosa.

No dia 1º de abril deste ano, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, e a Polícia Civil, por meio da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro - CIAF, haviam realizado nova fase da Operação Caminho do Ouro que, em 12 de abril de 2018, cumpriu mandados de prisão preventiva contra o então presidente da Câmara de Vereadores de Petrópolis, vereador Paulo Igor da Silva Carelli - relembre a matéria aqui. O objetivo foi cumprir mandado de busca e apreensão na residência do ex-parlamentar, para recolher novos aparelhos de telefone celular e equipamentos eletrônicos, com a quebra de sigilo de mensagens e dados de informática.


Na nova denúncia, apresentada no dia 22 de fevereiro, aponta o MPRJ que, em 11 de janeiro de 2019, quando do cumprimento de outro mandado em sua residência, situada no bairro Morin, em Petrópolis, Paulo Igor embaraçou as investigações de infrações penais que envolvem organização criminosa da qual é integrante, ao desinstalar o aplicativo de comunicação Whatsapp de seu aparelho celular, após ser comunicado acerca da execução da ordem judicial. Ao agir dessa forma, o denunciado, acusado do desvio de mais de R$ 1,4 milhão de recursos públicos do município da Região Serrana, teve a intenção de dificultar o acesso dos órgãos de persecução penal aos indícios e às provas certamente presentes no seu telefone sobre os crimes de corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação nos quais está envolvido.

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