O Paquistão suspendeu seu principal serviço ferroviário para a Índia, nesta quinta-feira (08), além de proibir qualquer tipo de manifestação cultural indiana. A medida foi tomada após Nova Déli revogar o status especial da Caxemira, a região que está no centro dos 70 anos de hostilidade entre os dois países.
O governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, retirou à força, esta semana, a maioria muçulmana de Jammu e Caxemira para enquadrar suas próprias leis e permitir que pessoas de fora da região comprassem propriedades, em uma tentativa de aumentar o controle sobre a região.
A Caxemira permanece sob um blecaute total nas comunicações, com redes móveis e serviços de Internet suspensos e pelo menos 300 políticos e separatistas em detenção. A área foi colocada em bloqueio no início desta semana e dezenas de milhares de soldados indianos foram mobilizados para impor uma repressão de segurança, bloqueando estradas e impedindo que grupos de pessoas se reunissem.
O trem, também conhecido como Friendship Express, vai da capital da Índia, Nova Deli, até a cidade paquistanesa de Lahore. Os passageiros ficaram sabendo da suspensão ferroviária enquanto esperavam para embarcar em um trem de Lahore para a Índia.
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse anteriormente que a decisão da Índia de tirar a Caxemira de seu status especial pode levar a uma "crise regional".
"O Paquistão está olhando para opções políticas, diplomáticas e legais", disse o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, em entrevista coletiva em Islamabad, apesar de ter descartado um novo conflito militar.
Índia e Paquistão possuem armas nucleares e já entraram em guerra duas vezes pelo controle a região. Em fevereiro deste ano, os países chegaram a travar um combate aéreo nos céus da fronteira.
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a paquistanesa Malala Yousafzai, pediu uma solução pacífica para o conflito na Caxemira.
"Quaisquer desacordos que possamos ter, devemos sempre defender os direitos humanos, priorizar a segurança de crianças e mulheres e nos concentrar em resolver pacificamente o conflito de sete décadas na Caxemira", disse Malala em sua conta oficial no Twitter.