O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quinta (15), que irá privatizar os Correios, a Eletrobras e, possivelmente, a Petrobras durante um discurso no Seminário sobre Gás Natural, realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio de Janeiro. No evento que tinha a participação de diversos empresários do ramo de óleo e gás, Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem como meta privatizar as estatais para recuperar o caixa do governo.
"Vamos privatizar Correios, Eletrobras e não duvido que vamos privatizar coisas maiores, viu, Castello? As privatizações vão se acelerar e lá na frente, você, Castello Branco, pode fazer algo surpreendente", disse o ministro Paulo Guedes, fazendo referência ao presidente da Petrobras.
Após o evento realizado no Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, o ministro explicou que a venda de empresas governamentais faz parte da agenda de privatizações do presidente Jair Bolsonaro.
"O presidente está cada vez mais ligado nessa agenda de privatizações. Dois dias atrás, fez uma brincadeira com o Salim Mattar, na minha frente, falou que ele estava dormindo, que tinha que vender uma por semana, perguntou o que ele estava fazendo no governo. Por que não fechou a Valec? E o Correios, quando vai vender? Vamos correr, vamos privatizar", afirmou Guedes.
Privatização da Petrobras
O ministro Paulo Guedes explicou também à impressa a brincadeira feita durante o seminário com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, sobre a possível privatização da empresa.
"Isso por enquanto é uma brincadeira, uma especulação. Falei fica alerta, pois na velocidade que o presidente está indo, pela prensa que está dando no Salim, acho que já, já chega na Petrobras. Eu, durante a campanha, sempre disse que queria privatizar tudo. Minha obrigação é recompor as finanças da União. E eu estou convencido de que as empresas estatais esgotaram seu ciclo de financiamento. Elas foram perdendo a capacidade de investimento e foram ficando para trás. No caso da Petrobras, ela quase quebrou. A Eletrobras quase quebrou. Elas foram destruídas pelos governos anteriores. A Petrobras, sua recuperação, frente aos US$ 600, 700 bilhões de exploração no pré-sal, ela não tem essa capacidade de investimento. Para crescer, nós precisamos de investimento privado muito forte, o que não é compatível com esses monopólios que o Estado tinha", explicou Paulo Guedes.
No mês passado, a Petrobras vendeu, por 9,6 bilhões, 35% das ações da BR Distribuidora, que é a subsidiária dos postos de combustíveis para o capital privado, perdendo assim o controle acionário. A Petrobras já havia vendido em 2017, durante o governo do presidente Michel Temer, 29% das ações por 5 bilhões.