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Justiça cancela audiência em Itaboraí por causa de milicianos

Denúncia de que criminosos armados estariam circulando pelo município fez com que sessão fosse remarcada

Por Mario Hugo Monken em 20/08/2019 às 16:57:01

Foto: Reprodução

A 1ª Vara Criminal de Itaboraí cancelou uma audiência que seria realizada na última quinta-feira (15/08) relativa a um processo em que os milicianos da cidade respondem por crimes de tortura, extorsão e roubo. O motivo teria sido por causa de uma denúncia recebida de que homens fortemente armados estariam transitando no município em área dominada pelos paramilitares.

Uma nova audiência então foi marcada para o dia 2 de dezembro, onde as testemunhas serão ouvidas e o interrogatório dos réus serão realizados por meio de videoconferência. Ao todo, seis suspeitos de integrar a milícia são réus no processo. Todos estão presos, entre eles Renato Nascimento dos Santos, o Renatinho Problema, que foi apontado como líder do grupo que ainda atuava na cidade.

O crime foi praticado contra um casal, que descreveu minuciosamente a dinâmica do fato, identificando os indiciados como os autores das agressões e a roubo dos seus bens. Detalhes do crime não foram divulgados ainda.

Antes mesmo de ser realizada essa audiência, a Justiça já havia pedido ao ao 35º BPM e à Diretoria de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça (DGSEI) reforço policial, na escolta e transporte dos acusados, bem como nas dependências do Fórum.

Segundo investigações, que constam em outro processo, a milícia de Itaboraí atua nos bairros de Visconde de Itaboraí, Porto da Caixas e Areal.

A organização é responsável por pelo menos 50 homicídios na região e de extorsões praticadas contra moradores na cobrança das ´taxas de segurança´, contanto, inclusive, com a conivência e/ou participação de agentes públicos ligados à segurança pública.

Um dos suspeitos de participar do grupo, identificado como Felipe do Reboque, confessou participação em uma chacina ocorrida no dia 20 de fevereiro deste ano em que dez pessoas foram assassinadas. Ele citou ainda o envolvimento de um PM no caso.

O grupo é acusado também de executar um jovem que tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Filial

A milícia de Itaboraí é uma filial do grupo de Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que está preso e tem sua base de atuação em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital.

Uma mulher que estaria envolvida com a quadrilha e foi presa, alegou estar em um estabelecimento prisional com integrantes do Comando Vermelho (CV), havendo risco a sua integridade.

Um dos integrantes da milícia, Luciano Rosa Gomes, o Serrote, morreu meses após a operação para prender os integrantes do grupo, realizada em julho. A Justiça não revelou a causa da morte. Quem é apontado como um dos prováveis líderes da milícia agora pode ser o ex-PM Alexandre Louback Geminiani, conhecido como Playboy. Ele fugiu de um cerco policial pulando do 4º andar do prédio onde morava.

O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2 mil para quem ajudar com informações que levem a sua captura.
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