Um processo que tramita na Justiça fluminense confirma a existência de um grupo de pistoleiros que age no interior do Estado cometendo homicídios com o objetivo de limpar a área e estabelecer o ‘domínio do coronelado’ (uma família).
A quadrilha é suspeita de cometer três assassinatos no final do ano passado em Secretário, distrito de Petrópolis, na Região Serrana, de pessoas ligadas ao tráfico de drogas, mas é associada também a outros crimes praticados na cidade de Paty dos Alferes. É citada como envolvida na trama de uma família de sobrenome Avelino como sendo a que domina o grupo.
" Vislumbra-se que haja uma associação criminosa para extermínio e ocultação dos crimes de sangue. Estamos diante de uma associação criminosa que mata por bem pouco ao pretexto de limpar a área”, relatam os autos.
Foi realizada em março a Operação Punisher com objetivo de capturar suspeitos de integrar essa organização. Na localidade de Fazenda Jurea, foram encontradas munições de vários calibres, escopeta, pistolas, revólver e toucas ninjas. Um dos integrantes da família Avelino foi preso na ocasião, além de outras nove pessoas, entre elas um PM e um policial civil aposentado.
O bando recrutava testemunhas, orientando-as como dar álibi para os executores.
A família Avelino foi alvo de uma operação do Ministério Público em 2017. Na ocasião, foi feita uma varredura nos municípios de Vassouras e Valença, região Sul Fluminense. Os agentes buscavam cumprir mandado de prisão em aberto contra o patriarca.
Na ocasião, foram apreendidas sete armas de fogo, além de material explosivo e munição de calibre restrito, incluindo de fuzil.
A família Avelino teria um histórico de envolvimento com diversos crimes violentos na região. O clã foi acusado de ser mandante da tentativa de homicídio de Edson Presotto Marcondes, em novembro de 2004, em Vassouras. O motivo foi um empréstimo que não teria sido pago. Marcondes estava no portão de sua residência quando foi abordado por dois homens numa motocicleta. Parte dos disparos efetuados acertou a vítima, que conseguiu fugir para dentro de casa e sobreviver aos ferimentos. Avelino foi condenado em segunda instância a uma pena de 11 anos e 4 meses de prisão.
Em um outro processo, os Avelinos são acusados de serem os mandantes de um novo ataque, em setembro de 2011, que resultou na morte de Marcondes. Por este crime, o patriarca foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). Dois suspeitos em uma motocicleta surpreenderam a vítima, que se encontrava na direção de seu carro, efetuando disparos.