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Quase 13% do semiárido brasileiro está em processo de desertificação

Avanço da degradação do solo já atingiu cerca de 126.336 km²

Por Jonas Feliciano em 23/08/2019 às 10:48:15

Imagem: pixabay

Um mapeamento realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) foi divulgado no último domingo (18) e apontou o hanking da seca no Nordeste do Brasil. O estudo foi realizado entre os dias 5 e 11 de agosto, ele revelou a situação real e o avanço da desertificação na região.

Segundo o LAPIS, as imagens captadas pelos satélites são inéditas e indicam que aproximadamente 50% dos municípios nordestinos enfrentam seca ou estiagem.

Vale destacar que a porcentagem representa o total de 911 cidades, sendo que a região Nordeste possui 1.794 municípios. De acordo com outro estudo publicado pela plataforma Letras Ambientais, 65% dos municípios do semiárido, que não do Nordeste, estão em situação de emergência em decorrência da seca ou estiagem.

Os dados do levantamento ainda identificam os estados mais afetados pela seca. Entre eles estão o Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Pernambuco. Além disso, lista a localização dos estados com maior percentual de municípios verdes: Sergipe, Maranhão e Alagoas.

Fonte: LAPIS

Conhecida por ser o único bioma brasileiro com espécies genuínas do nosso país, a caatinga é a vegetação mais afetada pelas estatísticas negativas. Em alguns pontos da região, a desertificação tem avançado significativamente para um estágio caótico.

As estimativas do LAPIS, que é ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), indicam que 12,85% do semiárido brasileiro já está enfrentando o processo de transformação de suas áreas em deserto. Um monitoramento realizado entre 2013 e 2017 alertou que de uma área total de 982.563,3 km², cerca de 126.336 km² está desertificando.

Cabe destacar que a desertificação é um dos mais graves episódios de degradação do solo. Sua ocorrência é observada em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas em todo o território global. Essa definição obedece os critérios das Nações Unidas (ONU). Desse modo, a degradação ocorrente em regiões mais úmidas não são podem ser consideradas como desertificação.

Ainda segundo dados do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), 85% do semiárido brasileiro encontra-se enfrentando este processo e 9% já está desertificado. Isso significa que eles já não conseguem ser recuperados.

Enquanto a seca e a estiagem podem ser consideradas um fenômeno natural climático, a desertificação está associada a intervenção humana. Isso porque, ela depende de diversos fatores como as condições do clima e a ação dos homens nos locais atingidos. A elevação das temperaturas é outro aspecto que potencializa os seus efeitos, assim como o desflorestamento.

Por tal motivo, a conscientização da população local pode ser uma grande aliada para combater o desmatamento da caatinga. Bem como as atividades econômicas comuns no sertão também precisam ser realizadas criteriosamente. A criação de caprinos e ovinos devem ser conciliadas com a conservação da natureza regional.

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