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Desaprovação a Bolsonaro une quatro em cada dez brasileiros

Com oito meses de mandato, presidente vê aprovação de seu desempenho pessoal cair dezessete pontos percentuais e áreas-chave como Economia e Meio-Ambiente registrarem performance crítica

Por Portal Eu, Rio! em 26/08/2019 às 23:30:18

Bolsonaro chega a oito meses de governo com vitórias no Congresso, mas aprovação popular em baixa, particularmente em Saúde, Educação e Meio Ambiente Foto Agência Brasil

Em lives no Facebook, cafés da manhã com a imprensa e entrevistas rápidas na saída de eventos, o presidente Jair Bolsonaro tem repisado sempre que pode uma crítica aos radares. Pesquisa divulgada nesta segunda sugere que deveria dar mais atenção aos sinais. Não os de trânsito, os da opinião pública. A desaprovação ao governo Jair Bolsonaro chegou a 39,5% dos brasileiros, e superou a aprovação (29,4%) por dez pontos percentuais. A diferença supera a margem de erro da pesquisa MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A soma de ruim (12,6%) e péssimo (26,9%) resulta na desaprovação, ao passo que a aprovação une ótimo (8%) e bom (21,4%). O levantamento foi feito entre os dias 22 e 25 de agosto. Foram 2.002 entrevistas em 25 estados nas cinco regiões brasileiras, com checagem de 20% das amostras. A amostragem foi feita por cotas, levando em conta: Região, Município, Porte do Município, Zona Urbana/Rural,Sexo, Idade e Renda familiar.

A Saúde(30,6%) é a área mais criticada, seguida de perto por Meio ambiente (26,5%), Educação(24,5%) e Economia (17,6%). A pesquisa permitia citar duas áreas, daí os totais somados superarem os 100 pontos percentuais. As áreas com melhor avaliação coincidem, em linhas gerais, com as prioridades do eleitorado do presidente, o que ilustra a coerência com as propostas de campanha, mas também a dificuldade em atrair parcelas da opinião pública para além da polarização da disputa eleitoral. O Combate à corrupção é a melhor faceta do Governo Bolsonaro para 31,3% dos eleitores ouvidos, a Segurança para 20,8%, a Redução de Carlos e Ministérios para 18,5% e a Economia para 12,3%.

Um alerta importante a ser considerado é que a Economia de Paulo Guedes ajudou a emplacar também temas como Reformas (12%) e Privatizações (8%) entre os pontos positivos do começo do mandato. Em contrapartida, a Economia (17,6%) e a Segurança (11,1%) também figuram entre as áreas com desempenho mais questionado. O dado indica o quanto esses temas são suscetíveis à polarização política.

A avaliação do desempenho pessoal do presidente segue um ritmo muito semelhante ao do governo dele. A reprovação à performance pessoal de Bolsonaro chega a 53%, contra 41% de aprovação. Um ponto que chama atenção é a proximidade desses índices com a avaliação do governo de Dilma Rousseff, por ocasião do impeachment. Dilma partiu de um pico de 74% de aprovação em janeiro de 2013, experimentou um desgaste acelerado pelas jornadas de junho de 2013 ("Não é por vinte centavos', os protestos nacionais contra os aumentos de ônibus urbanos), descendo a 49%, e reagiu a 56%, o que permitiu a reeleição por margem estreita em outubro de 2014. Depois da posse, com o agravamento da crise econômica e a rejeição na própria base da opção pela heterodoxia de Joaquim Levy, a rejeição dobrou, indo de 40% a 80%. Em paralelo, a aprovação estiolou, desabando para 16% às vésperas da licença do Congresso para que ela fosse processada e julgada no Senado, em março de 2016.

Um trunfo importante de um presidente que saiba operar o Congresso é que os índices de desaprovação na opinião pública, expressos nas pesquisas, não são um valor absoluto, quando se trata de garantir a permanência no posto. Michel Temer é a prova viva desse aparente paradoxo. Tomou posse, com base na Constituição, mas em uma manobra comparada a um golpe de estado por uma parcela expressiva, mesmo que minoritária, do eleitorado, com 34% de aprovação e 40% de rejeição. Ao longo do governo, aprovou a reforma trabalhista e o congelamento em termos reais (descontada a inflação) dos gastos públicos por vinte anos. A desaprovação alcançou estratoféricos 90%, o que impediu o Planalto de interferir na eleição e ajuda a explicar o mau desempenho do candicato do partido de Temer, MDB, o banqueiro Henrique Meirelles. Escapou de um pedido de impeachment no Congresso e da cassação no Tribunal Superior Eleitoral por irregularidades nas contas da campanha, embora tenha integrado a mesma chapa e participado das decisões com a antecessora afastada, Dilma Rousseff.

Candidato que encarnou a ruptura com os governos do PT, mas também soube canalizar a insatisfação com os tucanos, Bolsonaro tomou posse com um balanço de aprovações e rejeições muito próximo ao resultado do segundo turno, que venceu por 58% a 42%. Até mais confortável, com 57% de aprovação e 28% de rejeição, menos da metade. Em pouco tempo, de fevereiro a agosto, a tendência parece ter se invertido, com a rejeição subindo praticamente ao dobro, de 28% para 54%. A aprovação, em contrapartida,caiu de 57% para 41%.

O desencanto se repete com os governadores dos estados, embora em proporção menor. A forma de tabulação termina por ocultar diferenças regionais, mas sugere um compasso de espera mais compatível com o pouco tempo de mandato. A maioria das respostas à pergunta sobre o desempenho dos mandatários é neutra, com 35,4% de regular. Ótimo (6%) e Bom (26%) alcançam 32% somados, superando a soma de Ruim (11,2%) e Péssimo (15,5%). O quadro em relação aos prefeitos, empossados há mais tempo, na maior parte dos casos pelo menos dois anos e oito meses, não difere muito. A soma de Ótimo (7,1%) e Bom (23,4%) alcançou 30,5%, pouco menos de um terço. Ruim (12,5%) e Péssimo (26,1%) somaram 38,6%, a maior proporção.A avaliação mais neutra, Regular, ficou com 26,5%, e não souberam opinar 4,4%.

Brasileiro, profissão Esperança

A expectativa para a situação do emprego no País para os próximos seis meses mostra a persistência de certo otimismo, de esperança que as coisas melhores, mesmo que a avaliação dos governos, nas diferentes esferas da União, não seja das melhores. Nada menos que 36,6% dos ouvidos acreditam em melhoria na situação. Pela margem de erro, o contingente é próximo ao dos qus consideram que as coisas permaneçam como estão, que somam 32,9%. Quem acredita que vá piorar chega a 28%. É importante ressaltar, nesse caso, que se parte de quam quadro em que a recuperação é muito tímida, e mesmo três meses de saldo no Cadastro Geral de Emprego (Caged) não reverteram uma situação que mostra 13 milhões de desempregados no País. As projeções para a renda pessoal se mostram em linha com as expectativas quanto à evolução da oferta de emprego. O maior contingente (50,8%) acredita que a renda se mantenha estável no semestre. Um grupo de pouco mais da metade do majoritário aposta em um aumento (28,3%). E o grupo que teme uma redução fica em 16,8%.


A situação da Saúde no País vai melhorar nos próximos seis meses para 31,3% dos entrevistados. Vai piorar para 27,9% e ficará igual para 38,6%. Na Educação, o quadro é mais polarizado, refletindo o impacto da troca de titulares no ministério e em postos-chaves, além do corte de verbas de custeio e investimento nas universidades e escolas federais de ensino médio, além das dificuldades crônicas de financiamento do Ensino Básico e da Educação Fundamental. O quadro educacional vai melhorar para 30,8% das pessoas ouvidas, praticamente o mesmo número das que avaliam que vá piorar (29,3%). O quadro seguirá o mesmo para 36,7%.

Prioridade de campanha de Jair Bolsonaro e da maioria dos governadores eleitos, com propostas baseadas em políticas de incentivo ao confronto, como a flexibilização do porte de arma e a maior garantia para os agentes de segurança frente a acusações de abusos, a Segurança Pública desperta maiores expectativas do eleitorado brasileiro, a julgar pela pesquisa MDA/CNT. O quadro vai melhorar para 37,8% dos ouvidos. Piora, em contrapartida, para 26,8%. A parcelq de quem considera que vá ficar igual nos próximos seis meses é de 32,9%. Como a percepção atual é ruim, tanto que esse foi um dos temas mais explorados durante a campanha, com um contingente inédito de policiais e agentes de segurança eleitos para o Congresso, é razoável somar como negativas as respostas de que o quadro vá permanecer o mesmo, que chegam a nada menor que 59,7%. Nada menos que seis em cada dez brasileiros ainda se mostram descrentes em reduzir no curto prazo de um semestre a sensação de insegurança.

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