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Investigação revela ligação entre tráfico e milícia

Processo destaca ainda corrupção em um batalhão da Polícia Militar.

Por Mario Hugo Monken em 28/08/2019 às 15:16:51

Pit-Bull foi preso suspeito de integrar a milícia que age no Morro da Covanca, em Jacarepaguá. Foto: Reprodução

Um processo que tramita na Justiça do Rio desde 2015 traz um verdadeiro quebra-cabeças que envolve traficantes de drogas do Complexo da Pedreira, na Zona Norte, milicianos de Jacarepaguá, na Zona Oeste, citando até mesmo corrupção em um batalhão da Polícia Militar e nome de pessoas que já foram assassinadas ou mortas.

O processo sobre crime de receptação tem como réu Leonardo Villar Gomez, o Pit-Bull, que foi preso nesta quinta-feira (28) suspeito de integrar a milícia que age no Morro da Covanca, em Jacarepaguá. Ele seria uma das lideranças do grupo paramilitar sendo homem de confiança dos milicianos Playboy e Japão. Segundo testemunhas, Pitbull liderou a invasão e a tomada da Covanca antes dominada pelo Comando Vermelho. Chegou a ser candidato a vereador em Mangaratiba, em 2016, e foi presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Habitacional da Morada dos Sonhos, no Tanque.

Entretanto, interceptações telefônicas feitas no decorrer das investigações misturou uma série de fatos e crimes. Um deles é a participação de Fabrício Henrique Correia Bittencourt, que foi assassinado em 2017, na trama. Ele chegou a ser preso por envolvimento com o tráfico na Pedreira em 2016 e seria informante em um outro processo que investigou uma quadrilha formada por policiais civis acusada de corrupção.

Além disso, Fabrício foi citado em outro processo conversando com um grupo ligado ao policial civil Rafael Lugão, que foi preso no ano passado, dentro de uma boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, com um grupo que tinha cinco fuzis e quatro pistolas. Lugão é suspeito de ligação com a milícia da Carobinha, em Campo Grande.

Segundo os autos, Fabrício era um criminoso altamente perigoso, que atuava na prática de diversos crimes, tais como: roubo de cargas, tráfico de drogas, clonagem de veículos e de documentação veicular, negociação de tais veículos, corrupção de policiais do 18º BPM (Jacarepaguá), bem como comercialização de medicamento proibido utilizado para a prática de aborto.

O processo ainda traz outro dado. De que traficantes da Pedreira, na época ligados à ADA (Amigos dos Amigos), tentavam corromper policiais. E que um bandido conhecido como Jean Piloto, possivelmente, tinha a contribuição de agentes em suas ações criminosas. Ele foi morto durante uma operação da Polícia Civil em 2015.



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