Ligada à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), a quadrilha liderada por Geonário Fernandes Pereira Moreno, o Genaro, está espalhando o terror pela Baixada Fluminense. O grupo criminoso é responsável por diversos roubos de cargas, invasões à favelas rivais e homicídios com requintes de crueldade. Além disso, ocupava um condomínio do "Minha Casa Minha Vida", usando como a central do tráfico.
De acordo com investigações da Polícia Civil, Genaro domina as comunidades de Gogó da Ema, Guaxa, São Leopoldo e Santa Tereza, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense e usa o bairro Guandu como base para atacar caminhões nos 71 km de extensão do Arco Metropolitano, que liga Itaguaí a Duque de Caxias, além de agir também em trechos das rodovias Presidente Dutra e Washington Luís, sempre por volta das 9h.
Seu bando foi responsável pelo roubo uma carga de cigarros da Souza Cruz. Na ocasião, foram interceptados por dois veículos com 11 criminosos armados, que atiraram contra os seguranças. O vigilante Yago Aguiar Santana foi morto.
Genaro é réu em ao menos 11 processos abertos desde o ano passado por roubo majorado nas comarcas de Belford Roxo e Duque de Caxias. Um deles que tramita na Justiça mostra a violência usada pelo grupo em um homicídio contra um integrante de uma quadrilha rival.
A vítima, do bando, identificada como Pablo Santos da Silva, era líder do tráfico na comunidade Caixa D´Água e ligada ao Comando Vermelho (CV). Ele planejava tomar conta da área dominada pela quadrilha de Genaro mas foi capturado, torturado, morto e teve o corpo esquartejado, tendo sido encontrada apenas a sua cabeça. Há notícia de que, inclusive, distribuíram partes do corpo de Pablo a jacarés .A vítima foi atacada de surpresa, não tendo condições de reagir, pois estava em inferioridade numérica.
Outra vítima da quadrilha de Genaro foi Michael Gomes Euzébio. No dia 19 de junho do ano passado, PMs foram acionados para a comunidade Parque São José, onde Michael foi encontrado morto a tiros e uma pessoa ferida.
No dia do ocorrido, traficantes da localidade Floresta invadiram o Parque São José com um caminhão e dois automóveis Corolla repleto de criminosos, iniciando-se grande confronto. Consta que a vítima fatal não era conhecida no local e provavelmente nem era moradora. O bando de Genaro tentou tomar o controle da comunidade, que era dominada pelo CV.
Ocupação de condomínio do governo federal
A investigação mostrou que o bando invadiu um condomínio o Toscana, do "Minha Casa Minha Vida" e usava o local como Central do Tráfico, onde os moradores se submetiam às ordens e desejos dos criminosos.
Os bandidos teriam feito a retirada ou troca de placas numéricas identificadoras dos blocos dos prédios do Condomínio Toscana com o intuito de dificultar identificação dos endereços residenciais, possíveis proprietários ou possuidores, assim como possíveis criminosos nas residências, ocupadas de forma ilegal e por consequência dificultar ou impossibilitar o acesso da polícia e autoridades públicas.
Aliado a isto, consta que o local é de péssima topografia, pois além do condomínio não ter limites como cercas, há construções irregulares e becos sem qualquer especificação, sendo certo, que os traficantes, contando com a ajuda dos "porteiros" se deslocavam de um apartamento para outro levando consigo armas e munições utilizadas em confrontos.
Esses "porteiros" que na verdade seriam associados ao tráfico local, exercem a função de "olheiros". Um deles andava armado com uma pistola. Em dois apartamentos do bloco 1 morava a mãe de um dos traficantes e que avisava sempre ele da presença da polícia. Em outro no bloco 6 residia o porteiro do condomínio também ligado ao tráfico. No Bloco 7, duas pessoas conhecidas como "Vovó do Pó" e o "Velho", que fazia festas para os traficantes, além de ser o responsável pela guarda de armas na localidade.
No Bloco 9 reside um dos chefes do tráfico que andava com duas pistolas na cintura, sempre de carro (caminhonete preta ou carro branco) com fuzil dentro. Enquanto no Bloco 17 existia uma espécie de tenda do tráfico, uma barraca onde ficam os traficantes. No Bloco 22, os traficantes guardariam drogas e armas;
Conforme ainda consta no procedimento investigativo policial, havia uma grande quantidade de armas no condomínio (cerca de 20 fuzis), que essas armas fomentam a "guerra' entre facções", ocasionando diversos homicídios na localidade.