Na noite da última sexta-feira (30), o humorista Gustavo Mendes precisou interromper seu espetáculo por causa da reação de parte do público. O episódio ocorreu na cidade de Teófilo Otoni, no estado de Minas Gerais. Na ocasião, o ator pediu que o público insatisfeito com as piadas saíssem do teatro, pois ele estaria disposto a ressarcir o dinheiro que haviam pagado no ingresso. Durante todo o sábado (31), os vídeos circularam nas redes sociais. O nome de Gustavo chegou a ficar entre um dos assuntos comentados do Twitter.
Como tem sido comum, o debate dividiu os internautas de acordo com o posicionamento político. Ainda na tarde de hoje, Gustavo Mendes publicou um vídeo explicando o ocorrido. Nas imagens, ele afirmou que nunca vai se calar, pois para ele, isso é censura.
"Eu sou Gustavo Mendes e é bem possível que você já tenha sabido o que aconteceu durante meu show em Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Parte da plateia, insatisfeita com as piadas que eu fiz sobre o presidente Bolsonaro, se sentiu no direito de falar o que eu posso ou não posso nos meus shows. Deixa eu te contar uma coisa: isso nunca, isso nunca amiguinhos vai acontecer. Porque o nome disso é censura e eu não vou aceitar essa tentativa de intimidação. Principalmente, vindo de pessoas que se articularam pra isso", alertou o humorista.
Segundo Gustavo, o.problemas das pessoas que tentaram atrapalhar sua peça não era a política. Isso porque, a trajetória do artista sempre foi de assumir posição.
"Você pode me acusar de tudo, menos de incoerência. E o humor é sempre oposição! Esse é o papel do artista e, principalmente, do humorista. Incomodar os poderosos. Onde é que estavam essas pessoas quando eu debochava da Dilma? Quando eu debochava do Temer? Eu amo meu público, mesmo aqueles que votaram no Bolsonaro. Mas não posso e não vou me calar sobre o que está acontecendo hoje no Brasil", ressaltou.
Em nota oficial, a assessoria do ator informou sobre o ocorrido do show de Teófilo Otoni. De acordo com o comunicado, Gustavo estava no meio de sua apresentação quando fez uma piada com fatos ocorridos entre o presidente da França, Emmanuel Macron, e a União Europeia com o Governo brasileiro.
Neste momento, um pequeno grupo de eleitores do atual Governo tentou coagir o humorista com gritos interrompendo o show. Dessa forma, o artista entendeu os gritos como um ato de quase censura tentando que ele parasse a piada.
Gustavo Mendes afirmou no palco que não ia parar o seu show e pediu para aqueles que estavam atrapalhando que se retirassem. Ainda segundo a nota, como os grandes humoristas do Brasil e do mundo, Gustavo sempre usou seu trabalho e o humor para falar do momentos atuais do Brasil. Por tal motivo, quem o segue nas redes sociais pode confirmar isso.
"A censura está ficando cada vez mais latente e o que estamos vendo hoje no teatro é apenas um reflexo do que vem ocorrendo no cinema e nos meios de comunicação", concluiu o texto.
Fonte: Gustavo Mendes, Censura, Teófilo Otoni, Minas Gerais