O Ministério Público Estadual divulgou parte de um mapeamento feito sobre a atuação das milícias na cidade baseado em denúncia contra 21 acusados de pertencer a grupos paramilitares que agem na Praça Seca e em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
A parte do estudo que foi divulgada na denúncia não inclui bairros de forte influência dos milicianos como Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste, mas dá uma ideia do tamanho da atuação dos paramilitares na capital.
Só na Zona Norte, na região de Jacarepaguá e Praça Seca, a milícia toma conta de pelo menos 88 áreas.
Na Zona Norte, há a presença de paramilitares apontadas no mapa em Brás de Pina, Ramos, Bonsucesso, Inhaúma, Engenho de Dentro, Cascadura, Quintino Bocaiúva, Campinho e Oswaldo Cruz.
Na região de Jacarepaguá, os milicianos estariam presentes nos seguintes sub-bairros: Tanque, Taquara, Freguesia, Curicica, Vargem Grande, Vargem Pequena e Gardênia Azul.
Há também grupos no Itanhangá e no Recreio dos Bandeirantes.
O MP argumentou que, como o documento foi preparado pelo setor de Inteligência, não poderia divulgar seu conteúdo completo.
Dos 21 milicianos denunciados na semana passada, apenas seis estão presos. As quadrilhas que atuam na Covanca e na Chacrinha são base da denúncia.
Os grupos praticam os delitos de extorsão a moradores, comerciantes e prestadores de serviço a pretexto de oferecer serviços de segurança contra roubos, invasões a domicílio, além de exploração e comercialização de sinais clandestinos de internet, televisão a cabo e do comércio de gás e água, e porte de armas de fogo.
O bando que domina maior parte das comunidades da Praça Seca – entre elas, a Chacrinha e a Covanca – estava se utilizando de uma espécie de "boleto" para suas extorsões.