As falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, exultando o torturador Carlos Brilhante Ustra, e dizendo saber como morreu o ativista político Fernando Santa Cruz, desaparecido desde 1969, durante o regime militar, incentivaram a Seccional do Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), ex-membros da Comissão Nacional da Verdade, ex-membros da Comissão da Verdade do Rio, juristas, intelectuais, entidades e organizações de direitos humanos a realizar hoje, às 17h, o ato ‘Ditadura Nunca Mais’, na sede da ABI, na Rua Araújo Porto Alegre, 71, no Centro do Rio de Janeiro.
Segundo a ABI, ao longo dos governos democráticos que seguiram à ditadura, a partir de 1985 e até os dois mandatos de Dilma Rousseff (2011-2016), foram implementadas diversas políticas públicas de memória, verdade e reparação, como a Comissão de Anistia, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e Comissão Nacional da Verdade.
Desde janeiro, quando assumiu, o Governo Bolsonaro nega as violações aos direitos humanos cometidas durante o regime militar, desqualificando o trabalho das comissões. Em julho, o presidente mudou quatro representantes da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos. De acordo com a ABI, essas iniciativas constituem uma ameaça às conquistas da democracia e os direitos consagrados na Constituição de 1988, especialmente em relação aos direitos humanos, educação e meio ambiente.