No primeiro jogo das quartas de final contra o Internacional, no Maracanã, bastou Gerson - até então no banco de reservas - entrar em campo, para os 66.366 flamenguistas em frenesi empurrarem o time comandado por Jorge Jesus.
Resultado: dois a zero e uma boa vantagem para o segundo jogo no Beira-Rio em Porto Alegre, no qual a equipe carioca se classificou com o empate de 1 a 1.
Historicamente, a torcida do clube Mais Querido do país tem jogado com o time sendo assim o 12° jogador e obtido bons resultados.
Vejam se esse 12° jogador não tem importância no resultado final do jogo, segundo levantamento do "Eu, Rio!", na média de público nos jogos do Flamengo em todas as edições do Campeonato Brasileiro, e no Campeonato Brasileiro e Libertadores deste ano:
Os maiores públicos da história do Campeonato Brasileiro:
Flamengo 3 x 0 Santos (1983)
A vitória que rendeu o tricampeonato ao rubro-negro é até hoje o jogo que mais recebeu torcedores na competição, tendo 155.253 expectadores no Maracanã, naquele 29 de maio.
Flamengo 3 x 2 Atlético-MG (1980)
O primeiro título do Mengão na competição foi visto por 154.335 pessoas, que quase levaram o estádio a baixo quando Nunes entortou Silvestre e fez o gol do título.
Fluminense 1 x 1 Corinthians (1976)
Um verdadeiro exame de alvinegros tomou das arquibancadas do Maracanã na semifinal daquele ano, quando cerca de 70 mil torcedores do Corinthians ajudaram a compor o número de 146.043 presentes ao mítico estádio. O jogo ficou conhecido como "A Invasão Corinthiana".
Flamengo 1 x 1 Grêmio (1982)
Dois últimos campeões nacionais se digladiaram à época e nas arquibancadas 138.107 torcedores assitiram a essa batalha épica.
Botafogo 3 x 1 Flamengo (1981)
O primeiro clássico estadual a figurar na lista, teve vitória alvinegra e foi vista por 135.487 pessoas.
Fluminense 0 x 0 Vasco (1984)
A decisão de 1984 foi a única das dez com maior público da história do Brasileirão em que o resultado não teve alterações. Na ocasião, 128.781 torcedores viram o título tricolor.
Botafogo 2 x 2 Flamengo (1992)
Com show do "vovô" Júnior, a partida que decidiu o Brasileiro daquele ano foi vista por 122.001 torcedores que presenciaram uma tragédia que deixou três mortos e oitenta e dois feridos com o desabamento de uma parte das grades de proteção das arquibancadas.
Flamengo 1 x 1 Vasco (1992)
Uma verdadeira guerra, marcada por muita violência e lances polêmicos, que foi visto por 121.353 pessoas. O nome do jogo foi Júnior, com uma grande exibição e autor de dois gols, um a favor e o outro contra.
Flamengo 2 x 1 Guarani (1982)
A semifinal entre Zico, 10 rubro-negro e Mendonça, 10 alviverde, teve 120.441 presentes ao Maracanã.
Vasco 2 x 2 Internacional (1974)
Assim como todos os outros jogos citados, a partida foi disputada no Maracanã, teve 118.777 torcedores em suas arquibancadas e Roberto Dinamite foi o artilheiro com 16 gols.
Os maiores públicos do Campeonato Brasileiro 2019:
Flamengo 1 x 0 Santos (14/09/2019)
A final simbólica do primeiro turno do Campeonato Brasileiro teve clima de decisão de verdade no Maracanã. E com um golaço de Gabigol por cobertura, o Flamengo venceu o Santos por 1 a 0 e se manteve na liderança da competição para delírio dos 68.243 presentes.
Flamengo 3 x 0 Palmeiras (01/09/2019)
Com uma ótima atuação, principalmente do trio de ataque formado por Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta, 65.969 flamenguistas viram o Rubro-Negro vencer com facilidade o Palmeiras por 3 a 0, no Maracanã, e se manter na liderança do Brasileirão. O Verdão, demitiria no dia seguinte o técnico Felipão.
Vasco 1 x 4 Flamengo (17/08/2019)
O Flamengo goleou o Vasco por 4 a 1 no clássico da 15ª rodada do Brasileirão, no Mané Garrincha. Bruno Henrique abriu o placar e foi o nome do jogo. Além de Diego Alves, com dois pênaltis defendidos, e Gabigol, que marcou dois. Arrascaeta completou a goleada Rubro-Negra, e Castan descontou para o Cruz-Maltino, no passeio vermelho e preto presenciado por 65.418 pagantes.
Flamengo 6 x 1 Goiás (14/07/2019)
Os ingredientes do reencontro com a torcida estavam todos em campo. A estreia de Rafinha, o primeiro jogo de Jorge Jesus no Maracanã, lotado com 65.154 eufóricos pagantes. Sob o comando de Arrascaeta, autor de três gols e duas assistências, o Flamengo goleou por 6 a 1 o Goiás. Gabriel (2) e Bruno Henrique completaram a goleada.
Flamengo 2 x 1 Chapecoense (12/05/2019)
Depois de voltar do Uruguai com a vaga para as oitavas de final da Libertadores na bagagem, o Flamengo poupou quase todos seus titulares no jogo contra a Chapecoense, pela 4ª rodada do Brasileirão. E diante de mais de 61.023 mil torcedores, o Rubro-Negro conseguiu deixar o Maracanã com a vitória: 2 a 1.
Flamengo 3 x 1 Grêmio (10/08/2019)
No duelo dos titulares do Flamengo e os reservas do Grêmio, deu o óbvio. Superior do início ao fim, o Rubro-Negro venceu o Tricolor por 3 a 1 no Maracanã, em jogo pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os 57.644 viram Arrascaeta ser o nome do jogo.
Flamengo 3 x 2 Athletico (26/05/2019)
Flamengo e Athletico-PR protagonizaram um jogão de duas viradas. Melhor para o Rubro-Negro carioca, que abriu o placar com Gabigol e venceu com dois gols nos minutos finais de Bruno Henrique e Rodrigo Caio, levando à loucura os 52.667 pagantes: um 3 a 2 que aliviava um pouco a pressão sobre Abel Braga, xingado pela torcida mesmo após o triunfo.
Ceará 0 x 1 Santos (02/06/2019)
Num Castelão lotado para celebrar o aniversário de 105 anos do Ceará, o Santos se mostrou um visitante indesejado e venceu por 1 a 0, gol de Eduardo Sasha, fazendo os 50.809 torcedores do Vozão irem embora para casa mais tristes.
Ceará 0 x 3 Flamengo (25/08/2019)
O Flamengo venceu o Ceará por 3 a 0, no Castelão, de forma categórica. Ao dominar a maior parte do confronto, o time de Jorge Jesus construiu o placar com gols de Pablo Marí e Gabigol e uma pintura vista por 49.986 expectadores de Arrascaeta, na etapa final, de bicicleta.
São Paulo 1 x 0 Ceará (18/08/2019)
Daniel Alves viveu uma tarde mágica daquelas que o menino de Juazeiro-BA um dia sonhou, muito antes de se transformar no jogador com mais títulos na história do futebol (40). Diante de um Morumbi praticamente lotado com 47.705 tricolores, vestindo a camisa do clube do coração pela primeira vez, o capitão da seleção brasileira marcou o gol da suada vitória do São Paulo por 1 a 0 sobre o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro.
Os maiores públicos da Libertadores 2019:
Flamengo 0 x 1 Peñarol (03/04/2019)
Pouca inspiração e a primeira derrota na Libertadores. Na sua pior atuação no ano até aquele momento, o Flamengo perdia o jogo e a liderança do grupo D para o Peñarol com o maior público até agora nesta edição da Libertadores: 61.576 presentes no Maracanã, viram Viatri cabecear e marcar o único gol da partida, aos 42 minutos do segundo tempo.
Flamengo 2 x 0 Emelec (31/07/2019)
O Flamengo começou a partida no Maracanã como era esperado: pressionando, sem dar espaços para o Emelec, já que precisava fazer 2 a 0 para levar a decisão para os pênaltis. Em apenas 18 minutos, Gabriel já tinha acabado com a vantagem equatoriana. A vaga nas quartas, então, foi decidida nas penalidades, e o Rubro-Negro também venceu. Com uma defesa de Diego Alves e uma bola no travessão, os donos da casa fizeram 4 a 2 e eliminaram os visitantes para delírio da massa de 61.202 Rubro-Negros.
Flamengo 6 x 1 San José (11/04/2019)
Um gol logo aos 2 minutos, explosão dos 60.965 flamenguistas em seguida e a expulsão do jogador rival aos 4... tudo parecia caminhar fácil para o Flamengo contra o San José no Maracanã. E foi assim mesmo: os rubro-negros até levaram um susto na primeira etapa, mas deslancharam no fim e aplicaram a maior goleada desta edição da Libertadores: 6 a 1.
Flamengo 2 x 0 Internacional (21/08/2019)
Convocado por Tite para a Seleção, Bruno Henrique encheu de alegria os 60.797 presentes no Maracanã. Com dois gols no segundo tempo, ele foi fundamental para que a equipe vencesse o Internacional por 2 a 0 e construísse ótima vantagem nas quartas de final da Libertadores.
Flamengo 3 x 1 LDU (13/03/2019)
Após vencer fora de casa na estreia, o Flamengo engataria a segunda vitória consecutiva na Libertadores 2019 sem grandes dificuldades. No primeiro jogo dentro de casa, os rubro-negros dominaram a LDU e mantiveram os 100% de aproveitamento e se isolaram na liderança do Grupo D com 58.034 aplaudindo o time nas arquibancadas.
Cruzeiro 0 x 0 River Plate (31/07/2019)
Após novo empate sem gols, desta vez no Mineirão, a equipe argentina superou o Cruzeiro nos pênaltis, por 4 a 2, e despachou a equipe mineira para desespero dos 55.567 celestes e apaixonados torcedores.
Internacional 1 x 1 Flamengo (28/08/2019)
O Flamengo está de volta à semifinal da Libertadores após 35 anos. O Internacional até saiu na frente no Beira-Rio, deu contornos de drama em boa parte do jogo no segundo tempo, mas o 1 a 1 premiou um Rubro-Negro senhor da partida, para alegria e tristeza dos 49.614 Colorados e Rubro-Negros presentes.
Internacional 2 x 0 Nacional (31/07/2019)
Com superioridade total sobre o Nacional, o Inter venceu o time uruguaio por 2 a 0 em um Beira-Rio com recorde de público, com 48.530 torcedores, e carimbou a vaga nas quartas de final da Libertadores.
Grêmio 0 x 1 Palmeiras (20/08/2019)
A maioria dos 47.852 era gremista mas viu o golaço de Gustavo Scarpa no primeiro tempo e com um jogador a menos desde os 31 minutos da etapa final (Felipe Melo foi expulso), o Verdão venceu o Grêmio por 1 a 0, na Arena, em Porto Alegre.
São Paulo 0 x 0 Talleres (13/02/2019)
Depois de perder por 2 a 0 na Argentina, o Tricolor voltou a jogar mal e não passou de um empate sem gols com o Talleres, no Morumbi. A eliminação logo no primeiro mata-mata do torneio, o principal foco do clube na temporada, deixou os 44.737 torcedores tricolores desolados.
Voltando à torcida rubro-negra, é inegável sua participação na ascensão do Rubro-Negro nas duas competições que disputa: líder no Brasileiro com 42 pontos e com chances de chegar à final da Libertadores.
- A torcida continua com aquela energia espetacular e isso tem sido demonstrado quando o Flamengo joga em casa, onde tem uma presença considerável de torcedores e eles têm uma influência muito grande no comportamento dos jogadores, isso desde a nossa época -, diz Júnior, ex-jogador e atualmente staff de comentaristas da Rede Globo.
E completa:
- Acho que a torcida precisa na verdade, ter um comportamento talvez um pouco mais à moda antiga, que é justamente procurar de alguma forma, do primeiro ao último minuto incentivar.
Mas não podemos considerá-la o fator decisivo desse Flamengo versão 2019.
Isto seria uma injustiça muito grande com o trabalho competente do treinador Jorge Jesus e a determinação dos jogadores.
Desde então, nenhum outro time de futebol no país se fez valer desse 12° jogador em seus jogos como mandante.
Nas últimas semanas, têm se falado muito dos recordes de público que a torcida do Flamengo tem batido, jogo após jogo, principalmente no Maracanã.
E do show nas arquibancadas, dos cânticos de louvor ao clube e à sua história, dos gritos de apoio quase ininterruptos para os jogadores.
Tudo muito bonito.
Mas, nessas horas, sempre vêm aquela dúvida shakespeariana: a torcida apoia porque o time ganha ou o time ganha porque a torcida apoia?
Eis a questão...
Como surgiu o 12° jogador
O Boca Juniors possui uma sala de troféus de dar inveja em qualquer time do mundo.
Lá, existe um zelo de seus funcionários em manter as taças - principalmente as internacionais - sempre reluzentes e longe das poeiras, reflexo natural do tempo.
Mas o Xeneize - como é chamado o time argentino devido à região onde os imigrantes italianos criaram o bairro La Boca - fundado em 1905 por sete adolescentes, conta com muitas histórias e algumas lendas do futebol, incluindo Diego Armando Maradona, a maior de todas elas.
Após os Jogos Olímpicos de Verão de 1924, em Paris, França, a Associação do Futebol Argentino (AFA), decidiu enviar uma equipe à Europa para aproveitar o impacto causado pela VIII Olimpíada mundo afora.
Embarcaram naquele 05 de fevereiro, no Porto de La Boca com destino à Europa, os craques que vestiram azul y oro na bem-sucedida excursão, contabilizaram dezenove jogos, com quinze vitórias, um empate e três derrotas, e ao lado de um ilustre torcedor chamado Victoriano Caffarena, que vendera um terreno da família para viajar com o time.
- Nunca se assistiu a uma ocorrência tão numerosa do que a de noite no porto. Voaram chapéus e lenços pelo ar -, escreveu o La Nación à época.
Portanto, se a expressão “a torcida é o 12º jogador” se tornou conhecida em todo mundo, foi através da dedicação de Caffarena, ou Toto, carinhosamente chamado pelos jogadores.
Quem foi Victoriano Caffarena
Neto de um imigrante genovês, o garoto nasceu em La Boca. Tinha apenas três anos quando o clube foi fundado, crescendo junto com a sua maior paixão. Já seu pai era um homem importante no bairro, professor e escrivão, que chegou a criar bibliotecas na região - e atualmente batiza uma escola e uma rua nas imediações da Bombonera.
Aos 22 anos, Caffarena se aproveitou a boa situação financeira da família para acompanhar o time. A contragosto de seu pai, que não aprovou a viagem por “só causa de futebol”, mas acabou arcando parte dos custos de seu herdeiro.
No clube, Caffarena tinha um crachá de massagista para entrar no vestiário durante os jogos como visitante, enquanto mantinha um lugar cativo no estádio para os duelos em casa.
De tão fanático, ele mesmo tratava de monitorar a alimentação dos jogadores e suas horas de sono.
Em 1926, Caffarena, "el Toto", por iniciativa própria, encarregou Ítalo Goyeneche e Fernández Blanco de compor o hino do Boca, executado pela primeira vez em sua casa.
Em 1955, aconteceu o maior reconhecimento a Victoriano Caffarena.
Para comemorar os 30 anos da excursão, o Boca resolveu homenagear os jogadores presentes naquela viagem.
Não deixou de se lembrar também do xeneize, que recebeu uma placa oficial com a alcunha de “12º jogador”.
Em 1972, Toto faleceu aos 70 anos, deixando um exemplo e dedicação.