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Questão ambiental no Brasil ameaça acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

Parlamento austríaco veta acordo entre os dois blocos comerciais


Imagem: Mercosul

A pressão dos blocos europeus contra o acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Velho Continente ganha força com o veto do Parlamento Austríaco, que foi contrário ao acordo comercial em discussão há vinte anos. O principal obstáculo para a sua concretização é a atual política ambiental brasileira, alterada com a política adotada pelo governo Jair Bolsonaro.

O acordo comercial Mercosul e União Europeia prevê um período de "desgravação tarifária" por meio de uma redução de alíquota de imposto de importação de determinados produtos originários dos países dos dois blocos.

De acordo com analistas, o Brasil vem sendo acusado de não estar cumprido todos os pontos negociados. Outro ponto sensível previsto no acordo são os compromissos na área ambiental. O economista Daniel Linger, especialista em Gestão de Investimentos, explica que a atual política ambiental pode ser a "água no chopp" de um acordo que levou décadas para ser construído e aprovado pelos parlamentos dos países envolvidos.

"Nesta fase, (o acordo) poderá encontrar obstáculos de segmentos internos nos países que sofrerão com a nova concorrência de produtos pela desgravação tarifária. A França é um exemplo. País que possui uma economia com grande expressividade na agricultara, segmento que o Brasil também possui grande vantagem competitiva. Além da França, a Irlanda, a Dinamarca, e a Finlândia são países que possuem acima de 30% de sua população na zona rural", afirmou.

Acordo comercial Mercosul x UE

Da forma como foi tratado anteriormente, o acordo deverá facilitar a exportação de carnes, aves, açúcar e etanol, para países europeus, sendo benéfico para produtores brasileiros:

"O agronegócio com certeza será o segmento que o Brasil mais se beneficiará com o acordo. 20% das exportações desses produtos têm como destino os países da EU, só perdendo para a China, que importa mais de 30% dos produtos brasileiros. Café, fumo e frutas tem grande participação nas exportações para a UE e que também serão beneficiados pela desgravação tarifária", explicou Linger.

Para o economista, a relação comercial com os países europeus não representa perigo para o abastecimento desses produtos no Brasil. Em contrapartida, os países europeus poderão comercializar com mais facilidade produtos industrializados para os sulamericanos, como automóveis e máquinas agrícolas a preços reduzidos. Para Linger, o impacto disso pode ser positivo para o país.

"Acredito que a entrada de produtos com tarifas menores de importação forçará a indústria nacional a aumentar sua produtividade. Por um lado, por parte do governo, algumas medidas já estão sendo trabalhadas, como exemplo, a reforma tributária, que simplificará departamentos fiscais dentro das empresas; a reforma trabalhista, possibilitando jornadas de trabalhos mais atualizadas a nova dinâmica atual. Porém, pelo lado dos empresários, será preciso se adaptar à nova dinâmica de comercio internacional. Quem não o fizer poderá não existir no futuro", disse.

Fazem parte efetivamente do Mercosul a Argentina, o Brasil, Paraguai e o Uruguai. Considerada membro efetivo, a Venezuela está suspensa do bloco por tempo indeterminado. Outros países considerados associados são a Bolívia, o Chile, o Peru, a Colômbia, o Equador , a Guiana e a Nova Zelândia.

O primeiro obstáculo ao acordo comercial foi posto no caminho. A questão ambiental é um dos temas presentes no acordo. Para Daniel Linger, a diplomacia brasileira passa hoje por um teste a ferro e fogo.

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