Quando se fala em tecnologia aplicada no varejo, os consumidores logo apontam a comodidade e a economia de tempo como grandes benefícios. Essa foi uma das revelações da pesquisa High Tech Retail, realizada este ano, pela Croma Solutions, com 1.400 brasileiros em diversas regiões do País. Os varejistas, no entanto, já enxergam que a tecnologia pode ser utilizada de diversas outras formas muito eficientes para atrair e reter seus consumidores. E estes varejistas não estão poupando investimentos em recursos tecnológicos que garantem o tão ansiado “encantamento”.
A Samsung, uma indústria de tecnologia, deu exemplo ao inaugurar, em Manhattan, uma experience store de três andares com dois ambientes de imersão – o Social Galaxy e Mosaic – capazes de deixar os consumidores absolutamente seduzidos – e não por um ou outro produto, mas pela experiência promovida pela marca.
O efeito da junção dos conceitos de arte e tecnologia já é percebido por estrategistas de negócios e varejistas: a tecnologia tem o poder de sedução da arte. Não à toa, está cada vez mais presente em museus, como mostra a experiência da agência Cactus, com sede em Nova York, que chegou este ano ao Brasil, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. Felipe Reif, um dos sócios, explica que a inteligência artificial é um dos recursos que possibilita essa “instalação artístico-tecnológica”, que ainda integra design e arquitetura para criar experiências imersivas completamente inovadoras.
A Cactus já criou experiências do tipo para exposições no Museu do Amanhã e está à frente da revitalização do Museu das Telecomunicações, ambos no Rio de Janeiro. Além de ser a autora do Museum of Me, um mergulho em sua alma digital, instalação abrigada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, onde recebeu mais de 15 mil visitantes, e no Rio.
A rede de shoppings Sá Cavalcante já encomendou à Cactus uma experiência imersiva para encantar os clientes do Praia da Costa, shopping no Espírito Santo. “O varejo precisa estar ligado intimamente ao consumidor. Esse elo ocorre por meio da interação, da emoção e da comunicação de dados. O que nós fazemos é juntar nossa expertise em design, arquitetura, tecnologia e inovação para criar essas oportunidades de conexão”, conta Felipe.
E nem só o varejo pode se valer dessas inovações. A Cactus também produziu para o Hospital Mount Sinai, em Nova York, um ambiente de experiência que acolhe o paciente ao mesmo tempo em que possibilita a sua participação no diagnóstico e na pesquisa médica.
Para Felipe, a tecnologia favorece o engajamento, uma tônica da sociedade atual. “Praticamente todos os novos negócios surgem calcados em conectividade e engajamento. E os antigos negócios têm como se apropriar desses conceitos para também inovar”, garante