Engajar pessoas em projetos e metas sempre foi um grande desafio para as Lideranças. Não é à toa, que muitas empresas investem horas em treinamentos e vivências para estimular e renovar a energia de suas equipes, acreditando que a motivação irá se manter como um estado de ânimo permanente, porém, a motivação é um processo interno, alimentado pelo próprio indivíduo, sendo assim, o que podemos fazer é criar estratégias, para que ele, mantenha a chama motivacional viva e aquecida.
Pensando nisso, fui buscar a visão de um Especialista no assunto, Eduardo Carmelo, Diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos, para clarificar o conceito e dar orientações de como promover o Engajamento.
Na sua visão, quais são os comportamentos e habilidades de um líder que favorecem o engajamento?
Eduardo: No meu Livro Gestão da Singularidade: alta performance para equipes e líderes diferenciados, desenvolvemos 09 práticas de gestão para engajar os talentos da equipe:
1. Comunico e esclareço o propósito estratégico (visão, missão, valores).
2. Defino valores, expectativas de performance, regras, critérios e procedimentos específicos.
3. Elimino ambiguidades de decisão, prioridades e/ou responsabilidades.
4. Envolvo-me mais e demonstro maior engajamento em meu papel de gestor e representante da empresa, administrando conflitos e criando coerência estratégica.
5. Consigo promover o senso de equipe, gerenciando-a de forma singular e justa.
6. Quando a equipe está sobrecarregada, transmito compreensão, apoio, confirmação e reconhecimento.
7, Proporciono instrução, feedback e apoio para melhorar o desempenho de novos procedimentos e novas tarefas.
8. Construo espaços de conversação e compartilhamento de informação/conhecimento.
para propor e criar ideias, melhorias contínuas, inovações e iniciativas de mudança.
9. Verifico constantemente o curso de ação dos processos e das atividades estratégicas.
2. O que precisa ser feito para que a equipe abrace o compromisso com as metas?
Eduardo: Muitos gestores confundem motivação com engajamento. Querem dar um motivo para "aumentar o gás" dos membros da equipe e deixá-los felizes investindo em atividades motivacionais. Mas quando voltam para o trabalho, continuam com os mesmos problemas. O que os talentos e as equipes de alta performance nos revelam como fatores críticos de sucesso para aumentar seu compromisso com as metas são:
a. Bons desafios, com estratégia bem clara sobre o impacto para a organização e para eles. Precisam saber o Norte e a causa do desafio.
b. Precisam ter capacidade de realização. Gostam e querem trabalhar com quem é competente e comprometido.
c. Precisam ter possibilidade de aprendizagem real e contextual, que os ajudem a se diferenciar.
d. Esperam que o seu gestor seja alguém que cobre performance, que seja justo, meritocrático e que esteja próximo durante as turbulências e os principais desafios. Que seja um referencial e um exemplo de competência e representante dos valores da marca.
3. Orientações e/ ou dicas para alcançar os resultados.
Eduardo: Os líderes que entregam valor num mundo em transformação integram a capacidade de conduzir processos e atitudes de sua equipe para o alcance de Resultados.
São Líderes que jogam Xadrez ao invés de Jogar Damas, ou seja, são aqueles que produzem comunicação, engajamento e capacitação singularizada para todos os talentos de sua equipe. Em ambientes de complexidade, é preciso tratar os funcionários como sujeito que produzem resultados de forma diferente, portanto precisa de conhecimento e engajamento de acordo com seu modelo de atuação e nível de proficiência. Deixo aqui 04 pontos que manifestados de forma sistêmica, proporciona aos talentos da equipe a capacidade de entregar resultados superiores.
1 - Definir para os talentos de alta performance os objetivos, os processos e as prioridades envolvidas para a conquista dos desafios estratégicos. Pedir para acreditar na mudança e ser proativo é bom, mas dizer qual é a estratégica, porque estamos indo nessa direção e demonstrar como vamos chegar lá é fundamental.
2 - Análise profunda e precisa das questões de engajamento e performance, com tratativas para as causas e não só para os sintomas. Ter uma sala de jogos ou academia é bacana, mas resolver os principais processos emperrados ou capacitar os gestores que geram a ineficácia e o desânimo do talento é bem melhor.
2 - Alta capacidade para subsidiar conhecimento e acompanhar processos de desenvolvimento: dar 20 horas de treinamento é requisito básico, mas produzir um ótimo plano de desenvolvimento, com feedback, avaliação e acompanhamento engaja muito mais.
4 - Reconhecer atitudes e comportamentos no processo, indicando conquistas e desafios: no mundo apressado e tenso de hoje, muitos talentos estão conseguindo fazer projetos extraordinários, quase impossíveis. Recebem como feedback informações parecida como: "Parabéns, não fez mais do que a obrigação, mas amanhã temos um desafio muito maior". Existem muitos profissionais excelentes, fazendo tarefas incríveis e não sendo reconhecidos por isso.
4. Você pode indicar algum de seus livros de desenvolvimento para ilustrar.
Todo o estudo sobre aumento de performance, engajamento e inovação dos líderes e equipes está no meu livro "Gestão da Singularidade: alta performance para equipes e líderes diferenciados”, da Editora Gente.
Eduardo Carmello, é Diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos; Consultor Organizacional e Educacional especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, trabalhando dentro do modelo de Competências com foco em Desempenho; Conferencista Nacional, indicado 8 vezes ao TOP 5 do prêmio Top of Mind de Recursos Humanos; Docente da FGV-SP: MBA Gestão Estratégica e Econômica de Recursos Humanos entre outros títulos. Autor dos livros “Gestão da Singularidade: alta performance para equipes e líderes diferenciados”, “Resiliência: a transformação como ferramenta para construir empresas de valor“ (Editora Gente 2008) e Supere: a arte de lidar com as adversidades” (Gente - 2004);
Coluna Carreira e Desenvolvimento: Dulce Gabiate, Consultora organizacional, Trainer em TOP – Tecnologia de Participação, Trainer em PNL, Coach Executivo e de Vida pelo ICI e Incoaching, Psicóloga Clínica.