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Temporada de cruzeiros marítimos traz bons resultados para o Rio

* Por Hamilton Vasconcellos, Presidente da Comissão de Turismo da OAB/RJ

Em 15/02/2020 às 07:22:00

Para o Rio de Janeiro, porta de entrada para o turismo internacional, a temporada de cruzeiros é muito importante. Os armadores internacionais estão novamente considerando a costa brasileira como opção de destino. O Rio de Janeiro está recebendo o maior número de transatlânticos internacionais dos últimos 20 anos. A quantidade de navios internacionais aumentou no comparativo com a última temporada, passando de 19 para 27 na atual (2019/2020). Oito das embarcações estão vindo ao Rio de Janeiro pela primeira vez.

A temporada que começou em outubro de 2019 e fecha em abril deste ano, irá totalizar 112 atracações, 37 navios, sendo 27 internacionais e 10 nacionais. O número de turistas no embarque, desembarque e trânsito, passou de 380 mil para 425 mil, com crescimento de 12% em relação à temporada anterior.

Só no mês de janeiro, segundo estimativas do Pier Mauá, a atividade deve injetar cerca de US$ 26.100.000,00 na economia carioca. De acordo com dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA Brasil), o turista deste segmento gasta, em média, R$ 581,35 durante o tempo de permanência no destino, estimado em sete horas de passeio. Contudo, não é só o Rio que ganha com este movimento, Búzios e Ilha Grande também fazem parte desse roteiro.

Na atual temporada (2019/2020), a previsão é que 81 transatlânticos ancorem em Búzios até abril deste ano. Já a Ilha grande deve receber 45 cruzeiros. As escalas estão incluídas tanto roteiros de embarcações nacionais como internacionais.

Um bom exemplo é o roteiro do MSC Mùsica, que está fez o cruzeiro de ida e volta pela América do Sul em janeiro. Búzios e Ilha Grande estiveram em suas escalas. Ele saiu de Buenos Aires – Argentina, no dia 05, passando por Ilha Grande e Búzios, chegando ao Rio de Janeiro no dia 10. Depois seguiu viagem para Ilhabela (SP), Punta del Este - Uruguai e novamente na Argentina no dia 14. Ele ainda fez nova parada no Rio dia 18 e ainda retorna ao Pier Mauá no dia 27.

Vale destacar que a quantidade de cruzeiros continua crescendo mundialmente, seja impulsionada pelo aumento da oferta de navios ou maior quantidade de roteiros. Em 2018, 28,5 milhões pessoas buscaram a atividade, segundo a Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA). No Brasil o setor vem retomando o crescimento que teve seu auge na temporada de 2010/2011, quando 20 navios chegaram a navegar por águas brasileiras, com 805 mil passageiros embarcados, segundo estudo da CLIA- Brasil/FGV.

No entanto, dados da Clia apontam que esta será a terceira temporada consecutiva com crescimento. A expectativa é que a temporada feche com um incremento de 6,5% no número de cruzeiristas, no comparativo com a temporada ano anterior. A previsão é de 493 mil passageiros, contra 462 mil de 2018/2019. Para 2020/2021 já se estima um aumento de 12%.

O número de navios na temporada brasileira de cabotagem começou a ser reduzido na temporada 2011/2012, até atingir o total de sete navios em 2016/2017. Entretanto, o número de cruzeiristas embarcados vem crescendo, apesar no número de navios ter se mantido o mesmo. Foram 358 mil na temporada (2016/2017), 448 mil (2017/2018) e 426 mil (2018/2019), quando foram injetados mais de 2 bilhões de reais na economia nacional, segundo estudo. Já esta temporada, 2019/2020, conta com um navio a mais, oito no total.

O auge da temporada de cruzeiros no Rio foi 2010/2011, com 248 atracações e 36 navios diferentes. O segundo melhor resultado foi em 2009/2010, com 224 atracações e 36 navios diferentes.

Investir no segmento e em atrativos para os cruzeiristas é parte da solução para a manutenção da retomada do setor. Iniciativas de parcerias como as realizadas entre o setor público, aparelhos de diversão e o Pier Mauá são um exemplo positivo, que deve ser seguido e ampliado por todos.

No mais, este mercado demonstra claramente como uma atividade programada pode manter um fluxo constante de turistas sem causar os impactos negativos que os grandes eventos causam. Esta, sim, é uma metodologia que o Rio deve buscar em seus eventos, sejam eles para o turismo de lazer ou de negócios.

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