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Quais são os cuidados que empresas devem ter ao tentarem se digitalizar?

* Por Rodrigo de Camargo Arruda, mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e Copenhagen Business School

Em 25/04/2021 às 15:24:29

A digitalização das pessoas, das empresas e das marcas começou em momentos diferentes para cada um desses agentes. Acelerado pela necessidade de trabalho, estudo, contato social e entretenimento on-line, decorrente dos meses de pandemia, as pessoas tornaram-se mais digitais (vivendo conectadas aos smartphones e laptops), os negócios intensificaram os fluxos de trabalho on-line (com reuniões virtuais, automatização de processos, vendas, e-commerce, etc.) e as marcas viram os canais digitais se tornarem rapidamente a principal forma de interação com seus Stakeholders, sobretudo pelas mídias sociais (Youtube, Instagram, Facebook, LinkedIn, etc.), pelo website (com sua possibilidade de exposição no mecanismo de busca como o Google) e pelos portais de notícia on-line.

Muitas marcas e negócios ainda não estavam atentos ao fenômeno da digitalização, nem vinham se preparando; foram pegos de surpresa pela urgência que se impôs e patinam. Aqueles que já estavam se inserindo nesse processo, já colhem os frutos em termos de visibilidade da marca, geração de leads e fechamento de negócios on-line.

Principais cuidados ao iniciarem a digitalização

• Planeje antes de executar, alinhando suas ações digitais ao objetivo de negócio. Evite os modismos e tendências passageiras, que não trazem resultados concretos.

• A digitalização permite que você se exponha para quem nunca ouviu falar de sua marca; para quem já o conhece, mas ainda não é seu cliente; para quem já é um cliente; ou para quem já é um entusiasta da sua marca. Esteja preparado para interagir com todos.

• A digitalização de seu negócio gera mudanças em seus processos internos; prepare sua equipe para essas mudanças, antes que elas comecem.

• Conheça o comportamento de seu público digital (isso vale para qualquer Stakeholder); como são, o que buscam, que redes frequentam, como gostam de serem abordados, qual o formato de conteúdo preferido, o que esperam de sua interação, etc.. A pior coisa que você pode fazer é não estar presente.

• Tráfego orgânico (site e otimização para os mecanismos de busca), campanhas patrocinadas e mídias sociais relevantes precisam fazer parte de seu composto de marketing digital. A velocidade de mudança em cada uma dessas plataformas é assustadora, e você precisa acompanhá-las, pois é onde seus Stakeholders estão.

• Acompanhe os resultados com as métricas disponíveis (que são muitas e acessíveis), que validam suas ações e corrigem seus percursos.

• Você pode iniciar sua digitalização com poucos conteúdos sendo publicados ou com um programa completo de inbound/automação de marketing. Em qualquer dos casos é mais importante a constância e a consistência, do que a intensidade.

• Consulte os especialistas desse universo digital. Com a pandemia, diversas agências e profissionais de publicidade migraram para marketing digital, sem entender que a lógica desse universo é bem distinta: é baseada em métricas e ciência.

Por onde começar o investimento em branding?

Ao pensar em investimento em branding nos meios digitais, tenha em mente que ao falar em branding nos meios digitais, você estará tratando com diferentes públicos: quem nunca ouviu falar de sua marca, quem já o conhece, quem já é cliente ou quem já é um defensor seu.

Tenha em mente que cada tipo de negócio tem uma lógica e plataforma principal de interação do público com a marca. Seja em um pequeno negócio, uma marca pessoal ou uma marca corporativa, destinada ao mercado B2C ou B2B, o investimento em branding pode ser feito por diferentes estratégias.

Um bom começo é conhecer o que seus concorrentes estão fazendo e descobrir as lacunas não preenchidas por eles. Um concorrente, por exemplo, pode estar muito ativo em uma rede social, enquanto dá pouca atenção ao posicionamento orgânico no Google. Outro pode estar investindo em campanhas patrocinadas, e não prestando atenção na qualidade dos conteúdos do site para atrair visitantes.

O que vai dizer qual o melhor caminho são os resultados alcançados por cada um desses meios, em termos de visualizações, interações com a marca, compartilhamentos espontâneos, conversões, vendas concretizadas ou outros indicadores de desempenho. Esses dados são disponíveis e precisam ser analisados antes de iniciar um investimento, além de serem constantemente revisitados. Podem mostrar, inclusive, que o melhor caminho é competir nas mesmas plataformas que seu concorrente, e ainda assim proporcionar bons resultados.

Dois caminhos distintos que valem para qualquer plataforma (Google, LinkedIn, Facebook, Instagram, Youtube, etc.) são as campanhas patrocinadas - que requerem gastos diretos e compra de espaço publicitário - ou o posicionamento orgânico – que necessita da produção e publicação de ótimos conteúdos (textos, imagens, vídeos, etc.). Nas campanhas patrocinadas os resultados são quase que instantâneos, mas os gastos são crescentes com o passar do tempo. Já o posicionamento orgânico requer mais tempo para obter retorno, mas proporciona resultados consistentes e perenes, ao oferecer conteúdos de qualidade para seu público e ser reconhecido por isso.

Nada impede que você siga pelos dois caminhos, investindo inicialmente em campanhas patrocinadas para gerarem rápidos resultados, enquanto melhora a qualidade de sue site e o conteúdo de suas páginas, para ter destaque organicamente em médio prazo.


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