Todos os anos celebramos o Dia Mundial do Milho em 24 de abril. A data tem o objetivo de homenagear e incentivar a importância da cultura do grão em todo o planeta. Por gerações, presente de forma significativa na culinária e economia brasileira, o milho se tornou a segunda maior cultura de importância na produção agrícola nacional, sendo superado apenas pela soja. No país, o grão apresenta duas principais safras, a de verão e a safrinha (ou segunda safra), a última ainda em campo nas lavouras neste período de outono.
Atualmente, estamos em uma época de grandes desafios para o milho. Condições climáticas adversas, como o atraso no plantio e o excesso de chuva na colheita da soja, atrapalharam a janela de plantio dos agricultores de milho safrinha. O resultado é que muitos plantaram em condições inadequadas de semeadura, enquanto outra grande parte adiou o plantio para o mês de março, mesmo com a incerteza se as chuvas vão se estender, colocando em risco a produtividade.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terceiro prognóstico de milho em grão para 2021 (101,7 milhões de toneladas) estima um declínio de 1,5% em relação à safra 2020 (1,6 milhão de toneladas a menos). Tal cenário interno, somado à alta demanda do milho no mercado externo, elevaram o preço do grão, com a possibilidade de subir ainda mais se for realmente confirmada uma quebra na safrinha.
E, se por um lado, essa valorização é boa para o produtor rural, que pode ter uma compensação financeira mesmo com uma produção possivelmente menor, a baixa oferta é bastante prejudicial para toda a cadeia agrícola nacional, que depende do grão para abastecer diversas frentes, com destaque para a ração animal, em atividades como a suinocultura e a avicultura.
Não é novidade que o clima é um dos principais desafios do agricultor. E isso também não é exclusividade para o produtor de milho, mas um fator comum para todas as culturas. Porém, o avanço da tecnologia em ferramentas e insumos, permite uma preparação capaz de minimizar os riscos. Hoje, o que está ao alcance do agricultor é fortalecer sua lavoura, para que ela seja mais resistente às adversidades.
Por exemplo, o conhecimento agronômico nos permite dizer que o momento mais crítico para a cultura do milho é o reprodutivo, em que há significativa necessidade de chuva. O produtor que tem um bom perfil de solo, com uma nutrição que favoreça o desenvolvimento das raízes da planta, terá menor suscetibilidade ao déficit hídrico. Afinal, quanto mais profunda a raiz, mais ela consegue explorar a água que permaneceu armazenada no solo.
E os benefícios vão além. Quando há um bom manejo, a planta, bem estruturada, identifica a chegada de períodos mais críticos e consegue se estruturar e se fortalecer para combatê-lo, retendo energia. Do lado de cá, o agricultor ainda tem opções de soluções nutricionais com aplicação via foliar no mercado, que estimulam a planta a formar mais aminoácidos e reter o gasto energético, colaborando diretamente para formar espiga e encher grão.
Portanto, mesmo que ainda tenhamos grandes desafios na agricultura, a tecnologia e o conhecimento agronômico se confirmam mais uma vez como grandes aliados do produtor rural e mostram seu valor no campo.