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Réveillon do Rio: entre inovações, críticas, Anitta, Gospel, e a falta de representatividade Afro-brasileira

Cultura Tropical, Por Alvaro Tallarico, Pós-Graduado em Jornalista Cultural/UERJ

Em 02/01/2025 às 12:13:51

O Réveillon de Copacabana 2025 trouxe inovações marcantes e apresentações memoráveis. A estreia do palco gospel no Leme foi um dos grandes destaques, proporcionando um espaço de celebração da fé evangélica com atrações grandiosas, como o excelente Thalles Roberto. Sua performance emocionou o público com músicas que exaltam espiritualidade e conexão divina. O palco foi amplamente elogiado por criar um ambiente de tranquilidade e reflexão em meio à grandiosidade da festa.

No entanto, o evento também gerou debates e críticas sobre sua falta de representatividade cultural e religiosa. As tradições afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, foram mais uma vez negligenciadas na programação oficial. Essas práticas são parte essencial do imaginário e das raízes do Réveillon carioca, com rituais como a entrega de flores a Iemanjá, pular sete ondas e vestir branco, gestos que transcendem crenças e celebram a diversidade espiritual do Rio de Janeiro.

Rodrigo Di Castro, do Duo Rosa Amarela, que celebra em sua música as raízes afro-brasileiras, questiona a exclusão dessas tradições no maior evento de Ano Novo do país.

"É preciso reconhecer que existe uma Constituição que diz que o Estado é laico. E no momento que o governo dá preferência a um segmento religioso, e não estou questionando que segmento é, isso é anticonstitucional. A lei é feita para ser cumprida. No momento em que você dá essa preferência, já contra a lei, você está estimulando a divisão, estimulando a divergência entre grupos, o que não é nem um pouco benéfico para a sociedade, para o bem-estar da sociedade", Rodrigo Di Castro.

Para ele, a criação de um palco que celebre a música de terreiro e outras manifestações afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, seria um gesto de respeito à pluralidade que define a cidade.

Pai Alex de Oxalá também comentou: “a atual gestão não promove uma verdadeira diversidade, limitando-se a uma visão única e excluindo outras perspectivas importantes”.

Além disso, o show de Anitta, que foi um dos mais aguardados, também não passou sem controvérsias. A cantora enfrentou muitas críticas pelo excesso de palavrões e apologias. Ainda houve alegações de censura durante a transmissão pela TV Globo, que teria silenciado trechos de suas músicas com letras mais explícitas. Anitta, conhecida por sua autenticidade, dividiu opiniões.

Em contrapartida, a ausência de um palco dedicado às tradições afro-brasileiras deixou um vazio em um evento que deveria ser um reflexo de toda a riqueza cultural do Rio. Com nomes como Rosa Amarela e outros artistas que exaltam essas tradições, um espaço como o sugerido poderia não apenas enriquecer a experiência do público, mas também reafirmar o compromisso da cidade com a inclusão e o respeito às suas múltiplas raízes. Poderia ser algo como o Festival Rezo, famoso na cidade por seu estilo ecumênico que abraça várias tradições religiosas como o xamanismo, a umbanda e o candomblé.

O Réveillon de Copacabana é um momento de celebração e comunhão, o maior do mundo. Entretanto, enquanto passos significativos foram dados com a inclusão do palco gospel, o evento ainda precisa ampliar sua representatividade para abraçar completamente a diversidade que faz do Rio de Janeiro uma referência global de cultura e espiritualidade.

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